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Onde Investir para Viver de Rendimentos: Descubra a Estratégia Certa para Alcançar a Liberdade Financeira de Forma Sustentável




Artigo sobre Investimentos – Por Michael Viriato


Investir para Viver de Renda ou de Rendimento? Uma Análise de Michael Viriato

Por Michael Viriato

São Paulo, 25 de novembro de 2021

Constantemente recebo a pergunta: Michael, onde devo investir para viver de renda? O desejo de viver de renda é comum entre investidores. A ideia de receber um fluxo contínuo de dinheiro, como dividendos ou aluguéis, sem precisar trabalhar ativamente, parece ser a realização da liberdade financeira. No entanto, muitos caem na armadilha de acreditar que viver de renda é simplesmente viver de dividendos, o que pode levar a decisões de investimento equivocadas e, em alguns casos, a um risco desnecessário. A pergunta correta seria: onde investir para viver de rendimentos?

A confusão entre os conceitos de dividendo e rendimento é mais comum do que se imagina. Quando um ativo paga dividendos, seu preço é ajustado para baixo na mesma proporção do pagamento. Isso significa que, ao receber o dividendo, o investidor não está, de fato, aumentando seu patrimônio, mas apenas trocando uma parte dele por fluxo de caixa. No longo prazo, muitos ativos de risco não conseguem recuperar o valor perdido após o pagamento de dividendos, levando o investidor a uma ilusão de ganho.

O foco deve ser nos rendimentos totais que sua carteira pode gerar. Esses rendimentos incluem não apenas os fluxos de caixa provenientes de dividendos e aluguéis, mas também a valorização do patrimônio. Em tempos de taxas de juros elevadas, como as atuais, investimentos em renda fixa oferecem uma previsibilidade e segurança que muitas ações não podem garantir. Investir em ativos que proporcionam uma combinação de ganho de capital e fluxo de caixa mais estável pode ser uma estratégia mais segura e eficiente para quem deseja viver de rendimentos.

Um aspecto crucial do planejamento financeiro para viver de rendimentos é estimar um ganho real sobre o patrimônio e retirar mensalmente apenas esse ganho real. Por exemplo, se você tem uma carteira com uma rentabilidade real projetada de 4% ao ano, você poderia planejar retirar apenas essa porcentagem, mantendo o principal intacto e ajustado para a inflação. Mas como estimar o ganho real que se pode tirar quando se investe apenas em ativos de risco?

Quando se investe em ações ou outros ativos de risco que pagam dividendos, é muito mais difícil estimar adequadamente esse ganho real. Além disso, o preço dos ativos de pode cair, o que significa que, mesmo que a taxa de dividendos se mantenha, o valor recebido pode ser menor no futuro e ele não representaria um ganho real que se pode usar hoje. Nada garante que, ao receber dividendos ou fluxos de ativos de risco, o valor do capital investido evoluirá conforme a inflação, ou que se pode contar com o mesmo fluxo corrigido no futuro.

Para investidores conservadores, viver de dividendos de ativos de risco é uma atitude inadequada. Em momentos de queda de mercado, o investidor pode ser levado a vender os ativos por desespero ou para cobrir suas despesas, resultando em perdas que podem nunca ser recuperadas.

Por isso, é fundamental ter uma carteira balanceada, que considere fortemente a renda fixa de longo prazo, especialmente em momentos como o atual, em que os juros reais estão elevados. Um portfólio que inclua títulos como debêntures isentas de imposto de renda, que oferecem uma proteção contra a inflação e rendimentos mais estáveis, pode ser uma escolha mais apropriada que investir nas próprias ações das mesmas empresas.

Em resumo, ao planejar seu futuro financeiro, é crucial entender que viver de rendimentos é uma estratégia mais sólida e sustentável do que viver de renda baseada em fluxos de caixa como dividendos. Em vez de concentrar sua carteira em ativos que pagam altos dividendos, diversifique seus investimentos em ativos com potencial de crescimento e que ofereçam rendimentos previsíveis e consistentes.

A verdadeira liberdade financeira não está em receber um fluxo constante de dinheiro, mas em garantir que seu patrimônio esteja crescendo de forma sustentável, proporcionando rendimentos que possam ser utilizados para cobrir suas despesas e manter seu estilo de vida sem comprometer o futuro.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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