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Naquela noite de abril, José Sánchez, prefeito da cidade, foi morto a tiros. Em 13 de agosto, um confronto entre grupos criminosos deixou cinco mortos. Autoridades encontraram dois corpos decapitados e outro carbonizado.
Garzón, especialista em aves do Instituto Nacional de Biodiversidade (Inabio), tentou continuar sua pesquisa em um município vizinho, onde também mataram o prefeito. Então, fez suas malas e retornou a Quito.
O cientista acredita que os Tiriba-do-el-oro habitam Ponce Enríquez (província andina de Azuay), com uma estimativa de cerca de 1.000 exemplares e em perigo de extinção, segundo a UICN.
Devido à sua riqueza aurífera, a localidade é domínio da gangue narcotraficante Los Lobos. A organização também se financia com a mineração ilegal, que gera até 1 bilhão de dólares (R$ 5,6 bilhões) anuais no país.
Submerso na violência de numerosos grupos ligados a cartéis internacionais, o Equador alcançou em 2023 o recorde de 47 homicídios por cada 100.000 habitantes.
– “Frustração” –
Garzón estuda essa pequena ave há 20 anos, trabalha para sua conservação e aposta na gestão sustentável de seus habitats, mas Ponce Enríquez agora é uma área proibida para ele.
A cidade de Ponce Enríquez, no Equador, tem sido alvo de uma crescente onda de violência e criminalidade, que tem deixado a população local em choque e as autoridades em alerta. Recentemente, o prefeito da cidade, José Sánchez, foi brutalmente assassinado a tiros, apenas para ser seguido por um trágico confronto entre grupos criminosos que resultou em cinco mortes, incluindo dois corpos decapitados e outro carbonizado.
Para piorar a situação, a cidade também está vivenciando um aumento na atividade de gangues narcotraficantes, como o Los Lobos, que dominam a região devido à sua riqueza aurífera. Além disso, a mineração ilegal, que gera bilhões de dólares anualmente no país, tem contribuído para o financiamento dessas organizações criminosas.
O renomado especialista em aves, Garzón, que há anos estuda o Tiriba-do-el-oro, uma espécie em perigo de extinção encontrada na região, se viu obrigado a interromper suas pesquisas devido à violência e instabilidade na área. Apesar de seus esforços para conservar e proteger a pequena ave, a situação em Ponce Enríquez tornou-se uma barreira para seus trabalhos.
A violência generalizada, alimentada por grupos ligados a cartéis internacionais, levou o Equador a atingir um recorde alarmante de 47 homicídios por cada 100.000 habitantes em 2023. Diante desse cenário sombrio, a população local clama por medidas urgentes das autoridades para conter a violência e restabelecer a paz na região.
É crucial que as autoridades e a sociedade civil unam esforços para combater o crime e garantir a segurança dos cidadãos, protegendo não apenas a vida humana, mas também a biodiversidade única que habita a região.