
Apoio de Kamala Harris a Israel gera protestos nos EUA
Por Andrea Shalal
Washington (Reuters) – O apoio inabalável de Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata à Casa Branca, a Israel em meio à devastação na Faixa de Gaza tem provocado uma onda de protestos nos EUA, de acordo com ativistas ouvidos pela Reuters.
Segundo os ativistas, a postura de Harris em relação a Israel é vista como uma falha por não dar espaço para as vozes pró-Palestina. Cidadãos árabe-americanos, muçulmanos e seus apoiadores, que se sentiram excluídos durante a Convenção Nacional Democrata em Chicago, estão planejando protestos na Filadélfia, no dia 10 de setembro, durante o debate entre Harris e Trump, e também em diversas cidades e universidades no dia 7 de outubro, data do aniversário do ataque do Hamas em Israel.
No último dia, os manifestantes interromperam um discurso da candidata em Savannah, Geórgia, demonstrando sua insatisfação com a postura pró-Israel de Harris. Desde que substituiu o atual presidente, Joe Biden, na chapa democrata, Kamala se mostrou contrária a cortar as vendas de armas para Israel, o que tem gerado críticas dos grupos pró-Palestina.
A postura firme da candidata em relação a Israel está criando divisões dentro da coalizão democrata que enfrentou Biden nas primárias. A deputada Rashida Tlaib, a primeira mulher palestino-americana eleita para o Congresso, criticou a posição de Harris, alertando que os crimes de guerra e o genocídio poderiam continuar caso a postura não seja revista.
Apesar disso, autoridades da campanha afirmam que Kamala se reuniu com defensores da causa palestina e está considerando a possibilidade de um painel sobre o assunto na Convenção Nacional Democrata. Além disso, a vice-presidente contratou especialistas para se aproximar das comunidades árabe e muçulmana, visando minimizar os impactos dos protestos.
Os protestos têm ganhado força em diversos estados-chave dos EUA, aumentando a preocupação de membros do Partido Democrata que temem uma perda de votos importantes para a reeleição. A candidata tem liderado as pesquisas nacionais, mas em Estados decisivos a disputa segue acirrada.
Diante da situação, manifestantes planejam marcar presença em peso nos eventos políticos envolvendo Harris, como o debate com Trump, mostrando que as questões relacionadas ao conflito Israel-Palestina estão ganhando destaque no cenário eleitoral americano.
Estrategistas políticos estimam que cerca de 1 milhão de eleitores muçulmanos poderão ser decisivos na eleição de 2020, com a maioria dos votos destinados a Biden. A postura de Harris em relação a Israel certamente continuará sendo um tema relevante nos próximos dias.