Servidores federais de órgãos do meio ambiente de 11 estados decidem greve geral a partir do dia 24, reivindicando reestruturação de carreira.

De acordo com a associação, novas adesões ainda podem ocorrer até o final do dia, quando se encerra o prazo para a realização das assembleias nos estados. A possibilidade de greve já vinha sendo discutida desde a semana passada, após o Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público encerrar as negociações salariais com os servidores ambientais, alegando limitações orçamentárias.
Os servidores reivindicam melhorias salariais e uma reestruturação de carreira, visando diminuir as disparidades nos vencimentos entre cargos de nível médio e superior. Segundo a Ascema, os profissionais ambientais enfrentam falta de reconhecimento e valorização, considerando as responsabilidades exercidas e a remuneração recebida.
A mobilização dos servidores já tem gerado impactos desde janeiro, afetando a emissão de novas licenças e a análise de empreendimentos já licenciados, principalmente no setor de petróleo e gás. Dados levantados indicam que a mobilização chegou a impactar diretamente atividades como pedidos de pesquisa sísmica e perfuração de poços, afetando a produção de empresas como a Petrobras.
A greve pode resultar em atrasos na entrada em operação de plataformas e na interligação de novos poços de produção de petróleo. Empreendimentos que dependem da licença do Ibama, como o Desenvolvimento da Produção de Bacalhau, no Pré-sal da Bacia de Santos, podem ser afetados pela paralisação dos servidores.
A equipe da Agência Brasil tentou contato com o Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público para obter uma posição sobre a greve, mas até o momento não obteve retorno. A situação continua em desenvolvimento e as negociações entre os servidores e o governo devem prosseguir nas próximas semanas.