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Declaração de ex-diretor foi dada no dia 14 de agosto, dois dias após a morte do garoto. Mauro Salles Aguiar, ex-diretor da escola e assessor do núcleo de estratégia e inovação da escola Bandeirantes comentou sobre “o nível de agressividade realmente grande e espantoso” dos bolsistas. A fala veio após a reação de outros alunos beneficiados pelo projeto, que cobraram resposta da entidade educativa e requisitaram auxílio psicológico.
“Foi chocante a reação dos alunos”, comentou Aguiar. O homem ainda disse que “escola não é clínica psicológica” e conectou a reação dos alunos com “essa sociedade de direitos” — indicando que a responsabilidade com a atenção primária aos alunos não é da escola. Ao UOL, em reportagem publicada na terça-feira (27), a assessoria de imprensa do Bandeirantes disse que Salles, casado com a diretora de convivência do colégio, Estela Zanini, “não faz parte da estrutura de gestão do colégio desde 2023”.
A carta em reação à fala foi obtida pelo UOL nesta quarta-feira (28). O documento é assinado por bolsistas universitários, ex-bolsistas graduados e integrantes da rede Alumni Ismart (Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos). O manifesto narra os anos de desafios ligados ao racismo e à desigualdade social vividos por bolsistas do projeto.
Ao destacar a ‘agressividade’ dos estudantes bolsistas sem considerar as dinâmicas raciais e sociais, ainda mais em um momento de luto, o ambiente escolar perpetua o racismo estrutural e falha em formar cidadãos conscientes e empáticos.
Carta de bolsistas universitários e egressos do Ismart
Ausência de suporte emocional
De acordo com a comunidade, há uma forte cobrança por excelência que se soma a questões como o racismo e a LGBTfobia. Além dos dois fatores, que afetaram diretamente o jovem, negro e gay, a comunidade aponta, também, para a existência de uma soma de fatores que afetam a saúde mental dos alunos, como disparidade de gênero, ambiente excludente e um estado de vulnerabilidade emocional.