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Reunião entre prefeitura do Rio e Caixa pode definir acerto para estádio do Flamengo no Gasômetro com investimento de R$ 2 bilhões.






Reunião entre prefeitura do Rio e Caixa pode definir acerto para estádio do Flamengo

Vista aérea do terreno do Gasômetro onde o Flamengo construirá seu estádio – Foto: Prefeitura do Rio

A prefeitura do Rio e a Caixa Econômica Federal devem se reunir mais uma vez, nesta quinta-feira (29), para discutir o imbróglio envolvendo o novo estádio do Flamengo. Os terrenos no Gasômetro, desapropriados pela prefeitura e leiloados no final de julho, sofrem questionamentos feitos pelo banco.

A Caixa, que é administradora dos fundos proprietários do local, argumenta na Justiça que o edital do certame foi direcionado a beneficiar o Flamengo, único interessado que fez proposta no leilão. Além disso, há discordância sobre o valor pago. O Flamengo arrematou os terrenos por R$ 138 milhões, mas a Caixa avaliava a área em pelo menos R$ 250 milhões.

Nesta terça-feira (27), o presidente Lula recebeu o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o deputado federal Pedro Paulo, ambos do PSD, em Brasília. Participaram da reunião o próprio presidente da Caixa, Carlos Vieira, os ministros Rui Costa, Alexandre Padilha e Esther Dweck, e o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Nas redes sociais, Paes fez uma publicação agradecendo a recepção e dizendo que foi uma “ótima reunião”. O prefeito do Rio ainda brincou que “quando é pelo Rio, ele [Lula], não nega nada”. Lula também destacou o encontro pelas mídias digitais. Mas, os bastidores da reunião foram mais quentes que as publicações feitas pelos interlocutores.

Informações dão conta de que houve divergência sobre o leilão do terreno. Os ministros de Lula, e o próprio presidente, estavam inclinados a aceitar a tramitação que ocorreu, mas o presidente da Caixa se mostrava irredutível. Paes chegou a subir o tom, mas o clima foi contornado.

Ao sair da reunião, Paes falou com a imprensa, e disse que é natural que a Caixa defenda seus interesses, mas fez ponderações.

“Foi muito positiva, a gente sabe que existe uma posição da Caixa Econômica Federal, que nesse caso busca proteger ali o patrimônio do FGTS e, portanto, eles estão tomando algumas medidas judiciais. Nós encaminhamos já algumas questões para que essas dúvidas que ainda pairam sobre a legalidade doado da prefeitura ou o próprio valor que, aliás, já foi definido por uma perícia judicial. Eu tenho certeza que hoje nós demos passos bastante largos pro Flamengo, é com muita dor que o Vascaíno aqui fala isso, mas pro Flamengo ter o seu estádio ali no gasômetro“, afirmou.

Paes tem argumentado que a prefeitura beneficiou o fundo da Caixa nos últimos anos com valorização dos terrenos na região e perdão de dívidas. Ele ainda brincou que a primeira-dama, Janja, é flamenguista, e que um acordo deve ser o melhor caminho a partir de agora.

“Por iniciativa da prefeitura, o FGTS teve um lucro de 6,5 bilhões no passado. Foi o perdão da dívida que eles tinham com a prefeitura do Rio. Os esclarecimentos necessários foram feitos ao presidente da República que desde o início é muito simpático ao estado do Flamengo. Ele também é vascaíno no Rio, mas a primeira dama, a Janja, ela é flamenguista, então ele tem uma pressão provavelmente doméstica ali. Enfim, as coisas caminham bem. Eu acho que tem toda a boa vontade do presidente da República. Acho que foi fundamental a entrada dele na história. E o comando dele é no sentido de que respeitada a legislação, os direitos, enfim, obviamente se cometer nenhuma ilegalidade, que a gente busque uma solução, acho que demos passos muito largos para essa coisa sair pacífica hoje“, afirmou.

A expectativa é de que a reunião desta quinta-feira sele o acordo para construção do estádio e que, após o encontro, a Caixa ceda, rumo a um consenso.

O novo estádio do Flamengo deve começar a ser construído em 2025, com investimento de cerca de R$ 2 bilhões.

Em nota, a Caixa disse que: em nenhum momento se posicionou contrária à construção do estádio do Flamengo.

‘A CAIXA, por dever de fidúcia e gestora do Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha (FIII-PM), tem a obrigação de defender o interesse de seu cotista. A CAIXA entende que a atuação da Advocacia-Geral da União, por meio da câmara de conciliação, será uma alternativa para a defesa de todos os interesses envolvidos‘.


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