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Queimadas destroem 80% das plantações de cana-de-açúcar do Instituto Agronômico em Ribeirão Preto, causando atraso de até dois anos nas pesquisas.

Queimadas no interior de São Paulo destroem 80% das plantações de cana-de-açúcar do Instituto Agronômico em Ribeirão Preto

No último fim de semana, o Centro de Cana do Instituto Agronômico, localizado em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, foi duramente afetado pelas queimadas na região. Cerca de 80% das plantações de cana-de-açúcar do instituto foram destruídas, o que representa a perda de 120 dos 150 hectares de plantação. Essa situação deve resultar em um atraso de um a dois anos nas pesquisas que estavam em andamento no local.

De acordo com informações atualizadas até terça-feira, 28, foram contabilizados 44,6 mil hectares de área queimada em todo o Estado de São Paulo, resultando em prejuízos em instalações, perda de animais e lavouras. Apesar da estabilização dos focos de incêndio nos últimos dias, a previsão é de um novo aumento da temperatura no fim de semana, com 48 municípios ainda em alerta.

O Instituto Agronômico realizava pesquisas importantes para o setor, como novas variedades de cana-de-açúcar que poderiam gerar ganhos significativos para os produtores. Porém, esses avanços foram interrompidos devido às queimadas. Segundo Marcos Landell, engenheiro agrônomo, pesquisador e diretor do Centro de Cana, “esse ganho não vai ser mais incorporado pelos próximos dois anos”.

O terreno do Centro de Cana abriga ensaios e experimentos que são fundamentais para o desenvolvimento de novas tecnologias na agricultura nacional e mundial. Com a destruição das plantações, será necessário realizar o plantio novamente, o que significa um grande prejuízo financeiro para os produtores da região.

Para Marcus Landell, especialista na área, a situação é ainda mais preocupante, uma vez que a região de Ribeirão Preto é uma das principais produtoras de cana-de-açúcar do país, com grande influência na produção de etanol, açúcar e energia elétrica. A recuperação do canavial demandará tempo e esforço, impactando diretamente na disponibilidade de novas tecnologias e avanços previstos para os próximos anos.

Landell ressalta a importância de evitar a queima da cana-de-açúcar, citando a implementação do método de colheita crua nos anos 1990 como um avanço significativo na prática agrícola. A volta à colheita queimada, devido ao acidente das queimadas, representa um retrocesso e um desafio para a sustentabilidade na agricultura.

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