MPF solicita esclarecimentos sobre remoções e demolições no Parque União, na Maré, no Rio de Janeiro, após denúncias de violações de direitos.

Após receber uma representação da organização Redes da Maré, o MPF ficou ciente das possíveis violações de direitos na área, principalmente no que diz respeito à educação e moradia. O procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto, Julio José Araujo Junior, pediu informações sobre a titularidade do terreno onde as demolições estão ocorrendo, levando em consideração a propriedade federal de parte da área.
Além disso, o MPF solicitou esclarecimentos sobre o andamento da regularização fundiária na região, o acordo de cooperação técnica firmado entre os órgãos e as condições de doação do terreno pela União. A Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro também foi questionada sobre suas ações e a regularidade das remoções forçadas, assim como a Secretaria Municipal de Educação, que deve informar sobre a mitigação dos danos aos estudantes.
Os moradores do Parque União demonstraram indignação com as demolições e realizaram um protesto na última sexta-feira. Eles alegam que as demolições ocorrem sem ordem judicial e que os imóveis foram construídos de forma irregular. A Polícia Civil suspeita que as construções tenham sido usadas para lavagem de dinheiro pelo tráfico local.
A Associação de Moradores do Parque União denunciou abuso de poder e remoção de pertences, argumentando que os moradores afetados não têm ligação com o tráfico de drogas. A operação também impactou negativamente as atividades locais, como o funcionamento de escolas e estabelecimentos comerciais, causando um impacto psicológico na comunidade.