Ex-policial militar confessa ter sido avisado sobre operação que o prendeu pela morte de Marielle e Anderson em 2018.
Segundo o ex-policial, ele recebeu uma mensagem no WhatsApp na noite anterior à sua prisão, alertando sobre a operação para prender os envolvidos no caso Marielle. A mensagem teria sido enviada por Jomarzinho, filho de um policial federal aposentado com supostas ligações com os irmãos Brazão, acusados de serem os mandantes do crime.
Lessa revelou que o assassinato da vereadora foi meticulosamente planejado para não levantar suspeitas de crime político, a fim de evitar a entrada da Polícia Federal nas investigações. Ele afirmou que passou a monitorar o endereço do ex-marido de Marielle, sob as orientações dos irmãos Brazão, e que o crime foi planejado para ocorrer em um local específico, afastado da Câmara de Vereadores.
Além disso, Lessa detalhou que foi motivado pela promessa dos irmãos Brazão de receber dois terrenos na Zona Oeste do Rio, avaliados em R$ 25 milhões, em troca do assassinato de Marielle. Ele admitiu ter sido influenciado pela ambição criminosa dos mandantes do crime.
Atualmente, Ronnie Lessa está detido na penitenciária de Tremembé, em São Paulo, e seu depoimento faz parte do processo que investiga os irmãos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira, todos acusados pelos crimes de homicídio e organização criminosa.
O depoimento de Lessa revela detalhes perturbadores sobre os bastidores do assassinato de Marielle Franco e reforça a complexidade e a gravidade do caso, que continua a mobilizar a opinião pública e as autoridades judiciais. O desenrolar desse processo promete trazer à tona ainda mais informações impactantes e esclarecedoras sobre esse crime brutal que chocou o país.