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Campanha de Pablo Marçal usa processo judicial para atacar Boulos com acusação de uso de drogas, sem provas, em disputa eleitoral





No meio de uma acirrada campanha eleitoral para a Prefeitura de São Paulo, o influenciador Pablo Marçal, candidato pelo PRTB, tem utilizado táticas questionáveis para atacar seu adversário, Guilherme Boulos, do PSOL. Um dos principais pontos de ataques de Marçal é um processo judicial envolvendo posse de drogas, no qual um homônimo de Boulos figura como réu.

Marçal tem acusado Boulos de ser usuário de cocaína, sem apresentar evidências concretas até o momento. Em debates e nas redes sociais, o candidato do PRTB tem se referido a Boulos como “aspirador de pó” e feito gestos sugestivos, insinuando o uso da droga. Por sua vez, Boulos nega veementemente essas acusações e já chamou Marçal de “psicopata” e “mentiroso compulsivo”, tomando medidas legais contra ele.

Uma investigação da equipe da Folha revelou que o dossiê apresentado por Marçal contra Boulos é baseado em uma lista de processos judiciais obtidos apenas com as palavras-chave “Guilherme” e “Boulos”, sem considerar o CPF dos envolvidos. Essa abordagem resultou em uma lista genérica, que inclui ações sobre reintegração de posse, com destaque para um caso de “posse de drogas para consumo pessoal”. No entanto, ao analisar a certidão desse processo, verificou-se que o réu não é o candidato à prefeitura, mas sim um empresário de nome semelhante que concorre a uma vaga na Câmara Municipal.

Diante desse cenário, a assessoria de Marçal foi contatada pela Folha para esclarecer a base das acusações, mas não forneceu informações. Até o momento, não foram divulgados detalhes específicos sobre o suposto envolvimento de Boulos com drogas, o que levanta questionamentos sobre a ética e veracidade das alegações feitas pelo candidato do PRTB.

Em sabatinas e entrevistas na mídia, Marçal continua a insistir nas acusações, afirmando ter provas que serão apresentadas em breve. No entanto, o processo em questão está sob sigilo judicial e foi encerrado anos atrás, com base em uma lei que permite a suspensão do processo em casos de pena mínima, desde que o acusado não tenha antecedentes criminais. Esses detalhes lançam dúvidas sobre a veracidade das acusações feitas por Marçal.

É importante ressaltar que, em um debate na CNN, Marçal fez novas declarações difamatórias contra Boulos, provocando uma reação emocional do candidato do PSOL. Boulos enfatizou que nunca fez uso de drogas e expressou sua indignação com os ataques pessoais que têm sido direcionados a ele e sua família.

Diante desse contexto conturbado, a Justiça Eleitoral concedeu a Boulos direito de resposta nas redes sociais de Marçal, considerando as acusações sem fundamentos como ofensas à honra do candidato do PSOL. A polêmica envolvendo o uso político de informações não verificadas coloca em xeque a ética e a transparência das estratégias de campanha adotadas por Pablo Marçal.


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