
“O uso de máscara torna-se, portanto, muito apropriado principalmente para quem tem histórico de doença respiratória e precisa sair de casa”
Jesem Orellana, pesquisador da Fiocruz Amazônia
O UOL entrou em contato com o Ministério da Saúde em busca de posicionamento, mas não teve retorno. Este espaço segue aberto para manifestação.
Quais os efeitos das queimadas na saúde humana?
Embora não sejam facilmente vistos, os minúsculos materiais particulados que ficam no ar após incêndios — especificamente, partículas que medem não mais do que 2,5 micrômetros (cerca de 30 vezes menor do que um fio de cabelo humano) — quando inalados, podem causar diversos danos.
A curto prazo, a exposição a estas partículas pode causar dificuldade para respirar, dor e ardência na garganta, rouquidão, dor de cabeça, lacrimejamento e vermelhidão nos olhos, mas diversas pesquisas já mostram que os danos vão além disso: a fumaça pode prejudicar os pulmões, os vasos sanguíneos e o sistema imunológico. Quem mais sofre são crianças, idosos e portadores de doenças respiratórias.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Nature, “ao entrarem nos pulmões, as partículas aumentam a inflamação, o estresse oxidativo e provocam danos genéticos nas células de pulmão humano. O dano no DNA é tão grave que pode provocar incapacidade de sobrevivência ou a perda do controle celular, causando uma reprodução desordenada e evoluindo para câncer de pulmão”.