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Jornalista venezuelana é presa por suposta instigação ao ódio e terrorismo em meio à crise pós-eleitoral na Venezuela




Artigo Jornalístico

Conhecida jornalista venezuelana é presa em Caracas

Uma renomada jornalista venezuelana foi detida em Caracas no último domingo (26) por policiais que invadiram a sua residência, de acordo com informações de um sindicato de jornalistas e uma organização local de direitos humanos.

A prisão ocorreu em meio à crise pós-eleitoral que assola a Venezuela após a questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP) e a organização de direitos humanos Espacio Público divulgaram em suas redes sociais que agentes com um mandado de busca foram até o apartamento de Carmela Longo e a conduziram sob custódia.

Dias antes, Longo havia anunciado em seu perfil no Instagram que estava deixando o seu emprego no jornal pró-governo Últimas Notícias após duas décadas de trabalho dedicado à profissão.

“Policiais nacionais detiveram a jornalista Carmela Longo e seu filho, juntamente com alguns equipamentos de informática,” disse o sindicato em um post que incluía um vídeo mostrando a repórter entrando em uma van da polícia com agentes trajados de preto.

Segundo o sindicato, pelo menos outros oito repórteres foram presos após a eleição presidencial de 28 de julho.

Funcionários policiais confirmaram que a jornalista, conhecida por sua especialização em celebridades, enfrentará acusações de “instigação ao ódio” e “terrorismo”. Ela deverá comparecer perante o Tribunal Terceiro de Controle na terça-feira (27), órgão responsável por casos de terrorismo.

O Ministério da Informação e a Procuradoria-Geral ainda não se pronunciaram sobre o caso.

Atualmente, a Venezuela possui 1.674 prisioneiros políticos, o maior número registrado neste século, conforme divulgado pela ONG de direitos legais Foro Penal nas redes sociais na última sexta-feira (23). Esta contagem não inclui os indivíduos que foram libertados ou detidos por menos de 48 horas.

“Expresso minha preocupação com a detenção da jornalista Carmela Longo. A repressão contra a liberdade de imprensa continua,” declarou Pedro Vaca, relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em suas redes sociais.

O filho de Carmela Longo foi liberado após ser interrogado na sede da Direção de Investigação (D.I.P) de Maripérez, de acordo com o SNTP.


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