Atendimento oftalmológico de crianças e adolescentes na rede pública retoma níveis pré-pandemia após cinco anos, indica Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

De acordo com a entidade, essa recuperação é um indicativo positivo de que a saúde ocular na faixa etária pediátrica, compreendida entre 0 e 19 anos, está sendo retomada após ter sido severamente impactada pela emergência epidemiológica mundial. Espera-se que até o final deste ano, o volume de consultas oftalmológicas para crianças e adolescentes alcance a marca de 2,1 milhões de atendimentos, superando o recorde de 2019.
Os números detalhados serão apresentados durante o 68º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que está programado para ocorrer entre os dias 4 e 7 de setembro em Brasília. A análise dos dados revela que aproximadamente 43% das consultas oftalmológicas realizadas para a população de até 19 anos foram destinadas a crianças menores de 1 ano, totalizando mais de 8 milhões de idas aos consultórios oftalmológicos.
Entretanto, o CBO alerta que a saúde ocular das crianças e dos adolescentes deve ser considerada uma prioridade tanto pelas famílias quanto pelos órgãos públicos, já que problemas de visão não diagnosticados e não tratados podem comprometer o processo de aprendizagem e a socialização. O conselho ressalta que erros de refração não corrigidos são a principal causa de deficiência visual entre crianças brasileiras e destaca a importância da identificação e do tratamento precoce desses casos, visando a prevenção da cegueira infantil.
Em meio a esse cenário, a triagem oftalmológica se destaca como uma ferramenta fundamental para a detecção de doenças e a prevenção da cegueira infantil, além de permitir uma avaliação mais precisa do perfil de erros refrativos na população. Considerando que a idade ideal para essa triagem é até os 6 anos, quando se completa o desenvolvimento visual, a retomada dos níveis de atendimento oftalmológico para crianças e adolescentes representa um avanço significativo na saúde ocular dessa parcela da população.