
A articulação começou em maio, internamente, na Casa Branca. Em seguida, o processo foi apresentado ao Conselho de Segurança da ONU, que chancelou a proposta.
Segundo informações de assessores diplomáticos na região, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem delegado a Vice-presidente Kamala Harris a condução das conversas telefônicas com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Os negociadores americanos admitem para embaixadores estrangeiros que Washington busca uma solução para a crise como uma forma de obter apoio no processo eleitoral que se avizinha.
No entanto, Netanyahu, por sua vez, aposta em uma possível reeleição de Donald Trump, o que lhe daria carta branca para intensificar a destruição da Faixa de Gaza. Sua estratégia é protelar as negociações até novembro na esperança de contar com o apoio irrestrito da Casa Branca após as eleições.
O impasse tem gerado um clima de tensão nas negociações, com Israel impondo novas condições a cada rodada de conversas, prolongando assim o diálogo até o final do ano.
Tensão interna entre democratas
A repercussão do conflito israelo-palestino na política interna dos Estados Unidos ficou evidente durante o discurso de Kamala Harris na convenção do Partido Democrata. O evento foi alvo de intensos protestos, com atos de vandalismo, queima da bandeira americana e confrontos com a polícia em Chicago.