Movimento negro reivindica em São Paulo a implantação obrigatória de câmeras corporais para combater casos de violência policial.

As manifestações ocorreram em diversas cidades do país, como Salvador e Rio de Janeiro, e buscaram chamar a atenção para a necessidade de combater a violência policial e promover a igualdade racial. Durante o ato na Paulista, os líderes religiosos entoaram cânticos em iorubá e discursaram contra a violência.
Emocionada, a professora universitária Clara Sanches, de 43 anos, desabafou: “É uma vida muito triste para o povo preto do Brasil. Para que tanto sangue derramado?”. Regina Lúcia, de 67 anos, membro do Movimento Negro Unificado, também emocionou os presentes ao afirmar que o Estado brasileiro não pode continuar matando a população negra impunemente.
Os organizadores do protesto elaboraram uma lista com onze exigências, que incluíam a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais por agentes de segurança pública e privada em todo o país, além da proibição de operações policiais com caráter de vingança. Eles também pediram a federalização de todos os casos de assassinatos e massacres decorrentes de incursões policiais, bem como a implementação de um plano nacional de reparação para as vítimas do Estado e seus familiares.
Outro ponto de destaque nas reivindicações foi o reconhecimento dos terreiros afro-brasileiros como espaços sagrados e a titulação dos territórios quilombolas no Brasil. Além disso, o movimento pediu a construção de uma política de drogas baseada em evidências científicas e na garantia dos direitos humanos, assim como a redução de danos.
Em um momento de mobilização pela igualdade racial, as manifestações em todo o país evidenciam a urgência de combater a violência policial e promover políticas públicas que garantam a vida e a segurança da população negra. A resposta a essas demandas, assim como a implementação de medidas efetivas de prevenção e punição à tortura, são essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.