
O renomado pesquisador, autor de obras como Um País Chamado Brasil, analisa que nos anos 1930, o governo de Getúlio Vargas representou um marco na modernização do Estado brasileiro. Segundo ele, foi nesse período que nasceu o Estado moderno, com a estruturação de uma máquina estatal, a construção de um projeto nacional e o estabelecimento de bases diferentes da primeira República.
Dentre as importantes ações do governo Vargas, destaca-se a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a implementação de organismos como o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, o Ministério da Educação e Saúde, além da fundação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Em seu segundo mandato, Vargas criou o Conselho Nacional de Pesquisas, posteriormente transformado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e as empresas estatais Petrobras e Eletrobras.
O sociólogo Paulo Niccoli Ramirez destaca o legado de Vargas ao introduzir o Brasil na indústria internacional, principalmente na siderurgia e no petróleo. Segundo o professor, a atuação do presidente foi fundamental para a inserção do país nesse cenário econômico.
O historiador Paulo Henrique Martinez destaca a busca por autonomia na inserção do Brasil na economia mundial como principal legado de Vargas. Ele ressalta a criação de um parque industrial dinâmico e uma administração pública organizada como marcos dessa busca por autonomia.
Para a historiadora Isabel Bilhão, o grande destaque do governo Vargas foi a legislação trabalhista, que consolidou as proteções e garantias aos trabalhadores que vinham sendo conquistadas desde os anos 1920, resultado de mobilizações e lutas operárias.