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Lula e Petro emitem comunicado suave diante da repressão de Maduro em manifestações na Venezuela




Artigo Jornalístico

Alheios à declaração de Maduro de que reprimirá com “punho de ferro” as manifestações pacíficas de um eleitorado garfado, Lula e Petro utilizaram no comunicado um linguajar de punhos de renda. O texto anota que “os dois presidentes conclamam todos os envolvidos a evitar recorrer a atos de violência e à repressão.” A existência de mais de duas dezenas de mortos e de algo como 2.400 presos tranforma a conclamação num flerte com o ridículo.

Lula e Petro proclamaram que “mantêm abertos seus canais de comunicação com as partes”. Repisaram a “disposição de facilitar o entendimento”. É como se ainda enchegassem luz no fim de um túnel onde não há senão o clarão das balas disparadas pelo aparato repressor de Maduro.

A ausência de alternativas imposta pela fraude de Maduro clarifica as mentes. Está entendido que Brasil e Colômbia, embora não reconheçam a vitória de Maduro, equipam-se para absorver a fraude. Ainda que se admita que o rompimento de relações diplomáticas com a Venezuela seria uma tolice, brasileiros e colombiamos seriam privados do constrangimento se Lula e Petro desistissem de esperar.

Na prática, o apelo pela divulgação das atas que Maduro escondeu é coisa de quem espera muito sabendo que pode esperar pouco. A posse do ditador no seu terceiro e ilegítimo mandato está marcada para janeiro. A sociedade da Venezuela já notou que, no momento, a esperança é a última que mata… de fome e de desespero.

Lula e Petro rodam em torno de um nada que já ultrapassa tudo. O fato de negarem os fatos não faz com que a realidade desapareça. O flagelo da diáspora venezuelana, maior tragédia humanitária da história do continente, será potencializado.


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