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Em entrevista, diretora da EBC apoia a ideia de um serviço de streaming público, visando democratizar o acesso à cultura e informação.

A diretora de Conteúdo e Programação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Antonia Pellegrino, fez uma defesa nesta quarta-feira (30) da criação de um streaming público para a distribuição da produção independente nacional. Pellegrino participou do Seminário do Audiovisual Brasileiro, organizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Durante o evento, Pellegrino destacou que o assunto tem sido avaliado e discutido junto a outras instituições, como a Agência Nacional do Cinema (Ancine), a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAV) e a Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo (SPCine). A ideia é criar um streaming público, capaz de dar conta de todo o repertório de obras que a EBC irá receber.

A EBC, que administra a TV Brasil, tem atuado no setor audiovisual colocando a produção independente brasileira no centro de sua estratégia. Pellegrino anunciou que a TV Brasil irá inserir na sua programação a partir de setembro produções viabilizadas pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (Prodav) e também aproveitará os incentivos da Lei Paulo Gustavo.

Além disso, a diretora sugeriu uma discussão sobre a regulamentação do Artigo 27 da Medida Provisória 2228-1/2021, que permite que obras cinematográficas produzidas com recursos públicos, após dez anos da primeira exibição comercial, possam ser exibidas em canais educativos públicos e em estabelecimentos públicos de ensino.

Apesar das limitações orçamentárias para este ano, a TV Brasil chegou a exibir 78% de conteúdo brasileiro. Pellegrino ressaltou a importância da emissora, que é a quinta maior audiência do Brasil em TV aberta, e afirmou que a meta é ampliar a audiência.

A diretora também enfatizou a importância dos editais do Prodav para incentivar a produção independente e mencionou a recriação da TV Brasil Internacional, que irá transmitir conteúdos para projetar a imagem do país no exterior.

No seminário, o coordenador-geral de difusão da SAV, André Araújo, destacou a suplementação do contrato de gestão com a Cinemateca Brasileira, que receberá um aporte de R$ 24 milhões. Essa medida valoriza a preservação, uma das diretrizes da atual gestão do Ministério da Cultura. A Cinemateca Brasileira sediada em São Paulo sofreu um incêndio em 2021, resultando na perda de parte de seu acervo.

No encerramento do evento, Juca Ferreira, assessor da presidência do BNDES e ex-ministro da Cultura, destacou alguns gargalos que o setor audiovisual precisa enfrentar, como a infraestrutura. Ele defendeu a isenção fiscal para a importação de maquinário para a produção audiovisual, ressaltando que isso incentiva o desenvolvimento do setor e gera emprego e renda.

O Seminário do Audiovisual Brasileiro reuniu pesquisadores e representantes de diversas instituições do setor e marcou a retomada da atuação do BNDES no audiovisual brasileiro.

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