Jovem descobre nova espécie de bromélia no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, e é homenageado

Jovem mineiro descobre nova espécie de bromélia na região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Júlio Cesar Ribeiro, amante da natureza e fotógrafo amador, estava caminhando com sua namorada quando avistou uma planta diferente e decidiu fotografá-la. Após enviar as fotos para especialistas, foi confirmado que se tratava de uma bromélia completamente nova, batizada de Krekananthus ribeiranus em homenagem a Júlio.

Essa não foi a primeira descoberta de Júlio, que já havia encontrado outra espécie de bromélia recentemente, chamada de Stigmatodon enigmaticus. O jovem guia turístico tem o privilégio de morar em uma área rica em biodiversidade e sempre está em contato com pesquisadores que visitam a região para suas pesquisas. Júlio pretende estudar biologia e se especializar em bromélias e orquídeas.

Outra descoberta interessante na mesma região ocorreu há uma década, quando o geógrafo Reginaldo Vasconcelos encontrou uma nova espécie de planta carnívora, chamada de Drosera magnifica. Essa planta utiliza gotículas pegajosas em suas folhas para capturar insetos. Reginaldo já descobriu cerca de 60 novas espécies de plantas ao longo dos anos, sendo a primeira delas uma orquídea chamada Encyclia oliveirana.

Ambos Júlio Cesar e Reginaldo são cientistas cidadãos, ou seja, naturalistas amadores que observam e registram a natureza, auxiliando a ciência com suas descobertas e monitorando o meio ambiente. Através das redes sociais e do uso de câmeras em celulares, essa colaboração tem se tornado cada vez mais comum e importante para a ciência.

No Brasil, existe inclusive uma Rede Brasileira de Ciência Cidadã (RBCC), que reúne instituições de pesquisa e cidadãos interessados em contribuir para a ciência. O Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma) é uma das instituições que faz parte dessa rede e mantém o Programa Ciência Cidadã, que envolve projetos como o Cantoria de Quintal, que incentiva pessoas a registrar a ocorrência de anfíbios em seus quintais através de fotos, vídeos e áudios.

A colaboração do cientista cidadão não só amplia o alcance da observação científica, mas também traz benefícios para a população em geral. Além de envolvê-la diretamente na busca por compreensão e resolução de problemas locais, como o monitoramento da qualidade da água e proliferação de pragas, essa colaboração também ajuda a aumentar a compreensão da ciência e sua credibilidade junto ao público em geral.

A descoberta de novas espécies por parte dos cientistas cidadãos como Júlio Cesar Ribeiro e Reginaldo Vasconcelos mostra o quanto a natureza ainda tem a nos oferecer e como uma simples caminhada pode se transformar em uma aventura científica surpreendente.