Agência BrasilDestaque

Operação Máximus da PF prende advogados suspeitos de venda de sentenças na Justiça do Tocantins e envolve magistrados e promotores

Na manhã desta sexta-feira (23), a Polícia Federal realizou a prisão preventiva do advogado Thales André Pereira Maia, filho do ex-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, Helvécio de Brito Maia Neto. A ação faz parte da Operação Máximus, que investiga um suposto esquema de venda de sentenças no estado.

Além de Thales Maia, também foi preso o advogado Thiago Sulino de Castro, suspeito de intermediar as negociações de decisões judiciais. Ao todo, estão sendo cumpridos 60 mandados de busca e apreensão no Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal. Destes, 46 têm como alvo advogados e escritórios de advocacia envolvidos no esquema.

As diligências foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e estão sob sigilo devido às prerrogativas de foro dos desembargadores investigados. A lista de alvos inclui magistrados do TJTO, procuradores e promotores. Um dos desembargadores sob investigação é João Rigo Guimarães, cuja residência em Araguaína, no Tocantins, foi vasculhada pela PF.

A Polícia Federal informou que além dos crimes de corrupção ativa e exploração de prestígio, também está apurando a existência de uma organização criminosa e atos de lavagem de dinheiro. As investigações se concentram em possíveis negociações para compra e venda de decisões judiciais, assim como em atividades de lavagem de dinheiro proveniente das práticas criminosas.

O nome da operação, Máximus, faz referência ao gladiador do filme Gladiador, que luta contra a corrupção na cúpula do poder no Império Romano. A Agência Brasil entrou em contato com o TJTO em busca de posicionamento e está tentando se comunicar com os desembargadores citados e suas defesas. A defesa de Thiago Sulino de Castro não se pronunciou, enquanto o advogado de Thales Maia afirmou que irá se manifestar após ter acesso à investigação.

Essa operação ocorre poucos dias depois de outra ação da PF contra o governador Wanderlei Barbosa, em um caso relacionado a desvios na contratação de empresas para distribuição de cestas básicas, sem relação aparente com a investigação atual. A situação continua a se desenvolver, com novas informações sendo divulgadas à medida que o caso avança.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo