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“Natureza, Cultura e Desigualdades”: Thomas Piketty resume em menos de cem páginas ideias essenciais sobre a origem e combate às desigualdades.




Artigo Jornalístico

Por João Silva – Colunista

Data: 10 de outubro de 2023

No final da década passada, uma página no Facebook intitulada “Eliane Brum para Preguiçosos” ganhou destaque entre os jornalistas. Era um projeto que se revelava óbvio depois de criado.

A colunista Eliane Brum, em sua coluna no extinto site El País Brasil, era conhecida por desenvolver textos sérios, relevantes e geralmente extensos. Brum foi uma das primeiras jornalistas a enfatizar a conexão inegável entre questões sociais e ambientais, tornando seu estilo prolixo, capaz de fazer artigos da revista Piauí parecerem breves resenhas da Ilustrada.

O esforço jornalístico de “Eliane Brum para Preguiçosos” consistia em resumir os longos textos da colunista em mensagens diretas e impactantes. Por exemplo, após um artigo defendendo o distanciamento social no início da pandemia, a página resumiu: “Fica em casa. FIM”.

Em 2018, diante de um artigo crítico ao então candidato Jair Bolsonaro, a frase utilizada foi: “Ele não. FIM”. E, posteriormente, frente ao governo em curso, a expressão que resumia a indignação de Brum era: “Tá puxado. FIM”.

O livro “Natureza, Cultura e Desigualdades”, com menos de cem páginas, pode ser considerado um “Thomas Piketty para Preguiçosos”. O volume apresenta uma conferência do economista francês realizada em Paris, em 2022, impressionando pela concisão de sua abordagem.

Piketty, conhecido por sua prolixidade, buscou trazer a temática da desigualdade para o centro das discussões econômicas com seu livro extenso de quase 700 páginas, “O Capital no Século 21”. A principal ideia do economista é que as desigualdades econômicas não devem ser naturalizadas, sendo, na verdade, resultantes de distinções arbitrárias de poder.

Neste novo livro, Piketty destaca que a desigualdade é sempre um reflexo da política e pode ser enfrentada e reformada no presente, com ações como a redistribuição de renda através do sistema tributário. O autor utiliza o exemplo da Suécia para demonstrar como a desigualdade pode ser transformada através de mudanças políticas significativas.



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