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Na última sexta-feira (23), o mercado financeiro recebeu com satisfação a confirmação de um possível corte nos juros dos Estados Unidos em setembro. Entretanto, essa decisão não alterou as previsões dos economistas para a economia brasileira no momento. A maioria dos especialistas ainda mantém a expectativa de que a Taxa Selic seja mantida em 10,50%, enquanto alguns ainda acreditam em uma taxa superior a 11% até o final do ano.
Os cortes nos juros americanos já estavam precificados na elaboração das projeções econômicas para o Brasil, o que explica a manutenção das previsões mesmo após a confirmação. No entanto, uma possível desvalorização do dólar em relação ao real e uma queda mais acentuada na curva de juros poderiam contribuir para reduzir as expectativas de inflação, facilitando o controle do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pelo Banco Central brasileiro.
Diversas instituições financeiras, como o BTG e a XP, apostam em um aumento da Taxa Selic já em setembro devido à alta na inflação nos últimos 12 meses. O economista Álvaro Frasson, do BTG Pactual Portfolio Solutions, ressaltou a resiliência da atividade econômica brasileira como um fator que pode justificar um aumento na taxa de juros.
O cenário de baixo desemprego e aumento real na renda dos trabalhadores no Brasil tem pressionado os preços, o que torna o controle da inflação um desafio. Com projeções de crescimento do PIB revisadas para cima a cada semana, a expectativa é de que a atividade econômica permaneça em expansão.
O cenário internacional também influencia as previsões econômicas, com a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos gerando preocupações entre os economistas. A incerteza em relação aos cortes de juros pelo Fed e a saúde da maior economia do mundo são pontos de atenção.
Para os especialistas consultados, as expectativas de inflação desempenham um papel crucial na condução da política monetária pelo Banco Central brasileiro. A possibilidade de aumento da taxa de juros para controlar a inflação não pode ser descartada, especialmente se houver indicações de que a meta de inflação não será alcançada.
… (texto continuaria)