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Ex-presidente tem se incomodado com conteúdos publicados por Marçal. Aliados de Bolsonaro dizem que a irritação tem ocorrido pelo fato de o empresário estar “distorcendo conteúdos” e “forçando um apoio” que, segundo bolsonaristas, ele não tem. Lideranças afirmam que a negativa do ex-coach em responder a questionamentos do podcaster Paulo Figueiredo, sobre o ministro do STF Alexandre de Moraes, provocou mal-estar entre os apoiadores do ex-presidente. Fotos de Marçal com Moraes também passaram a ser compartilhadas nas redes sociais.
Alguns parlamentares de direita veem o crescimento de Marçal como “irreversível”. Segundo lideranças ouvidas pela reportagem, apoiadores de Marçal se mantêm fiéis ao que o candidato que, para eles, representa a figura antissistema. Além disso, o ex-coach tem evocado símbolos bolsonaristas e pauta de costumes de forma frequente em eventos. Na convenção do PRTB, por exemplo, Marçal fez uma oração ao final do evento.
Avaliação de lideranças parlamentares de direita é que Bolsonaro não transfere o capital político para Nunes. O prefeito foi de 23% para 19% na última pesquisa Datafolha. À reportagem interlocutores afirmam que Bolsonaro “sabe que fez a escolha errada”, mas deve avaliar como será a participação do prefeito nos atos do Sete de setembro, na avenida Paulista — onde Marçal também é esperado.
Bolsonaristas acreditam que resultados da pesquisa não captaram o efeito das rusgas entre Marçal e Bolsonaro. Entre lideranças de direita, havia preocupação com o cenário, mas interlocutores afirmaram que um crescimento por parte de Marçal era esperado.
Marçal cresce e empata com Boulos e Nunes
O empresário está empatado tecnicamente na liderança com Guilherme Boulos (23%) e Ricardo Nunes (19%). A margem de erro é de três pontos percentuais. Marçal tem rivalizado com o candidato do PSOL e recorrido a factoides para atacá-lo. Com o atual prefeito, o ex-coach diz que ele é um “banana”.