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Proposta de liberação de novos cursos de pós-graduação sem aval da Capes gera polêmica no meio acadêmico brasileiro.




Artigo Jornalístico

O papel fundamental da pós-graduação stricto sensu no Brasil

A pós-graduação stricto sensu é um tema que muitos brasileiros desconhecem, mas sua importância é inegável. Historicamente, os programas de pós-graduação têm sido essenciais na formação de docentes para o ensino superior e na preparação de pesquisadores de alto nível em diversas áreas do conhecimento. Além disso, grande parte da produção científica nacional é resultado desses programas, contribuindo para a soberania do país e para a redução das desigualdades sociais, raciais e de gênero.

Embora representem uma pequena parcela da população, os profissionais com mestrado e doutorado desempenham um papel crucial na capacitação da nação, na geração de conhecimento e tecnologia, e no aumento do desenvolvimento social e econômico. No entanto, nos últimos tempos, tem havido uma queda na procura por formação pós-graduada, juntamente com uma desvalorização das carreiras acadêmicas, o que tem levado muitos especialistas a deixarem a academia em busca de melhores oportunidades no setor público.

Recentemente, o Parecer CNE/CES nº 331/2024 trouxe à tona uma discussão importante sobre a criação de novos cursos de pós-graduação sem a aprovação prévia da Capes. Essa proposta tem gerado controvérsias, principalmente por não ter sido amplamente debatida com a comunidade interessada. O Fórum Nacional da Educação já se posicionou contrário a essa medida, alertando para os possíveis impactos negativos na qualidade da pós-graduação no país.

Além disso, a concentração de instituições classificadas como “consolidadas” em poucas regiões do país ressalta a necessidade de uma distribuição mais equitativa de recursos e oportunidades acadêmicas. A modernização e fortalecimento do sistema de pós-graduação devem contemplar todas as regiões do Brasil, visando reduzir as discrepâncias e promover a produção científica em áreas com desenvolvimento ainda incipiente.

Diante dessas questões, é fundamental que os órgãos responsáveis repensem suas estratégias, ouvindo a comunidade interessada e garantindo que qualquer alteração no sistema de pós-graduação seja feita de forma democrática e colaborativa.


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