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Comissão de Anistia pede desculpas e concede indenização a vítimas de perseguição política durante ditadura militar no Brasil.

A Comissão de Anistia reconheceu oficialmente nesta quarta-feira (21) um caso de “perseguição reflexa” durante a ditadura civil-militar que assolou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985. O órgão pediu desculpas, em nome do Estado brasileiro, ao filho de um anistiado político que sofreu as consequências desse período sombrio de nossa história. Vladmir Marco de Araújo, que tinha apenas 9 anos de idade em 1964, viu seu pai, o sargento reformado Antônio Horlandino de Araújo, ser levado por policiais que invadiram sua casa. Antônio Horlandino foi julgado pela Justiça Militar e passou 2 anos preso, gerando prejuízos pessoais não só para ele, mas para toda a família.

A conselheira Vanda Davi Fernandes de Oliveira, responsável por analisar o caso de Vladmir, afirmou que a perseguição ao pai está configurada. Horlandino foi declarado anistiado político em 2009, após seu falecimento, e a família recebeu uma reparação econômica do Estado brasileiro. Agora, Vladmir também será reconhecido como anistiado político, recebendo um pedido formal de desculpas e uma indenização equivalente a 90 salários mínimos, totalizando cerca de R$ 127 mil.

Além disso, a comissão concedeu anistia política e oficializou o pedido de desculpas ao jornalista e poeta Luiz Artur Toribio, conhecido como Luis Turiba. Ele apresentou documentação que comprova ter sido perseguido por razões políticas entre 1970 e 1987. Turiba, militante do movimento estudantil e ex-membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), foi impedido de concluir seus estudos, preso e torturado nas instalações do Doi-Codi, órgão de repressão do Exército.

A decisão da Comissão de Anistia em conceder essas anistias e pedidos de desculpas foi unânime, destacando a importância de reparar os danos causados durante o regime militar. O poeta Turiba, emocionado, declarou que se sente justiçado e que esse gesto do Estado brasileiro o fortalece na luta pela democracia. A comissão negou oito pedidos de anistia, mas continua suas atividades em Brasília nesta quinta-feira.

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