
Autodeclaração de Cor e Raça entre Candidatos em 2022
Os partidos políticos estão recebendo recursos adicionais do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e do Fundo Partidário, de acordo com a quantidade de candidatos negros ou pardos que lançam suas candidaturas. O objetivo é promover uma maior representatividade racial na política e uma distribuição mais equitativa de recursos entre os participantes.
No ano de 2022, durante a disputa pelo governo da Bahia, ACM Neto foi alvo de duras críticas após se autodeclarar pardo. Houve acusações de que teria feito bronzeamento artificial para parecer mais “negro”. O candidato defendeu sua autodeclaração, afirmando que sempre se identificou como pardo e que qualquer erro jurídico foi prontamente corrigido.
Neste ano, ao menos 42 mil candidatos que concorreram nas eleições municipais alteraram a declaração de cor e raça fornecida em 2020, levantando questões sobre a subjetividade da autodeclaração e a conscientização racial da população. No entanto, é necessário cautela ao abordar essas mudanças no âmbito político e na distribuição de recursos públicos.
No caso de Sebastião Melo, a questão se torna mais complexa devido às dúvidas sobre sua autodeclaração como pardo, já que não era reconhecido como tal por outras pessoas. Além disso, sua mudança repentina de cor cria um desconforto em relação à sua campanha eleitoral, considerando um histórico de privilégios adquiridos devido à sua cor de pele mais clara.
O Brasil tem uma estrutura racista que favorece aqueles com pele mais clara, mas as políticas públicas avançaram, com a implementação de cotas raciais em universidades e na política. No entanto, a autodeclaração de cor e raça, em alguns casos, pode ser uma estratégia conveniente para indivíduos que nunca se engajaram nessas questões anteriormente.