Diretora indígena assume desafio de reabrir Museu Nacional dos Povos Indígenas após oito anos fechado ao público

A gestão de Fernanda no museu tem sido marcada por discussões relevantes, com destaque para a defesa de um projeto que visa “descolonizar mentes e corações”, visando pôr fim ao genocídio histórico dos povos indígenas. Ela ressalta a importância de valorizar a diversidade desses povos e destaca a negação de direitos que tem sido uma realidade para as comunidades indígenas.
O Museu Nacional dos Povos Indígenas, antes conhecido como Museu do Índio, foi criado em 1953 por Darcy Ribeiro e é vinculado à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A atual gestão defende uma mudança na nomenclatura do museu para refletir a diversidade e promover a inclusão.
Um dos marcos da gestão de Fernanda foi a repatriação de uma coleção com cerca de 600 peças etnográficas produzidas por indígenas brasileiros que estavam de forma irregular na França. Essas peças, juntamente com um manto do povo Tupinambá retornado da Dinamarca, contribuíram para enriquecer o acervo do museu, que foi severamente afetado por um incêndio em 2018.
Além disso, Fernanda ressalta a importância de garantir a participação dos povos indígenas nos processos de repatriação e na gestão do patrimônio cultural. Ela destaca a necessidade de fortalecer os museus nos territórios indígenas e promover a formação de profissionais indígenas em áreas como museologia e arqueologia.
Por fim, Fernanda enfatiza o papel do Museu Nacional dos Povos Indígenas como um instrumento para descolonizar mentes e corações, chamando a atenção para a urgência de repensar as práticas que têm levado ao genocídio dos povos indígenas e à destruição do meio ambiente. Ela defende a preservação da memória viva representada pela Aldeia Maracanã e destaca a necessidade de reverter a violência e as ameaças de despejo enfrentadas pelos povos indígenas.