Jovem relata abusos sexuais em unidade socioeducativa: “Agentes do estado violaram meus direitos durante 15 anos”

Monalisa faz parte do Movimento Moleque, que oferece suporte a mães cujos filhos foram vítimas de violência. Seu relato é um dos muitos apresentados durante um levantamento sobre a situação das adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas de internação, realizado pela Plataforma Brasileira de Direitos Humanos (Dhesca).
De acordo com o relatório da Dhesca, as violações de direitos em unidades socioeducativas femininas incluem questões estruturais, de saúde e relacionadas à identidade e cultura. Among the findings was the restricted space, leading to overcrowding; isolation measures as a form of discipline for rule infractions; cases of bathrooms without toilets and doors; prohibition of receiving hygiene items, with a mandatory use of undergarments distributed in insufficient quantities; lack of educational and recreational activities; presence of male socio-educational agents, existence of handcuffs, and reports of sexual violence and harassment.
O levantamento realizado pela Dhesca traçou o perfil das adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no Brasil. Cerca de 70% delas residem em cidades diferentes de onde está a unidade de internação, mais da metade tem entre 17 e 18 anos, 18% são mães e 5% se declaram transgênero.
Representantes da sociedade civil e autoridades presentes no evento criticaram as condições rígidas e desumanas nas unidades de internação, destacando a importância da ressocialização e da garantia dos direitos humanos para essas meninas.
“A medida de internação deve ser o último recurso”, defendeu a relatora nacional de direitos humanos da Dhesca, enfatizando a necessidade de investir em práticas que promovam a autonomia e a dignidade das adolescentes.
O relatório serve como um alerta para a sociedade sobre as violações presentes no sistema socioeducativo feminino brasileiro e busca sensibilizar as autoridades para promover mudanças que garantam o respeito aos direitos humanos e a dignidade das adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. A luta pela ressocialização e pela proteção das jovens em situação de vulnerabilidade deve ser uma prioridade das políticas públicas e da sociedade como um todo.