Governo federal e estados da Amazônia Legal montarão frentes contra queimadas em três regiões prioritárias, anuncia Ministério do Meio Ambiente
Em uma ação conjunta, o governo federal, em parceria com os governos dos estados da Amazônia Legal, anunciou a montagem de frentes de atuação em três regiões que enfrentam grandes focos de queimadas e incêndios florestais. A medida foi tomada após reunião realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, que contou com a presença de governadores e representantes de nove estados da Amazônia Legal, além do Mato Grosso do Sul.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a iniciativa visa instalar frentes multiagências interfederativas nas áreas mais críticas da região, onde estão concentrados 50% dos focos de incêndio na Amazônia. O secretário extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, André Lima, destacou a importância da ação para combater novas ignições de incêndio.
As três regiões prioritárias para a instalação das bases multiagências são entre Porto Velho, em Rondônia, e Humaitá, no Amazonas; Apuí, no Amazonas, por onde passa a BR-230 (Rodovia Transamazônica); e Novo Progresso, no oeste do Pará, abrangida pela BR-163. Nestes locais, serão mobilizados órgãos federais como o Ibama, ICMBio, Funai, Incra, Polícia Federal, polícias estaduais e agências estaduais para atuar no combate aos incêndios.
Com mais de 360 frentes de incêndio em atividade no Norte do país e mais de 1,4 mil brigadistas atuando, a situação na Amazônia é preocupante. Desde o início do ano, foram registrados mais de 59 mil focos de incêndio na região, o maior número desde 2010. A fumaça das queimadas já alcança cidades de dez estados, prejudicando a qualidade do ar e a saúde da população.
O Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman) será responsável por organizar as frentes de combate aos incêndios nas próximas semanas. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ressaltou a importância da atuação conjunta para combater os incêndios ilegais na região e destacou a presença do governo federal em 74% das frentes de incêndio, mesmo não sendo sua responsabilidade direta. A Polícia Federal também será acionada para investigar e punir práticas de incêndios ilegais na região.
Com o aumento da capacidade de combate e a atuação integrada dos órgãos federais e estaduais, espera-se reduzir o número de focos de incêndio e proteger a Amazônia dos danos causados pelas queimadas. A proibição de novas autorizações de manejo do fogo na região reforça o compromisso em combater as práticas ilegais e criminosas que contribuem para a destruição do bioma amazônico.