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Estudantes quilombolas representam 21 estados em audiência pública sobre educação: desafios e necessidade de políticas inclusivas e efetivas.

Na manhã desta quarta-feira (21), a Comissão de Educação (CE) realizou uma audiência pública que contou com a participação de estudantes quilombolas de 21 estados, destacando a importância da educação para fortalecer a identidade dessas comunidades e combater o racismo. No entanto, os debatedores ressaltaram os desafios enfrentados por essa atividade.

A audiência foi resultado de três requerimentos, dois deles da senadora Teresa Leitão (PT-PE), que presidiu o debate. Em sua fala de abertura, a senadora destacou a precariedade das escolas quilombolas e a necessidade de avançar no ensino para esse segmento da população. Ela elogiou a iniciativa da Escola Nacional de Formação de Meninas da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), que qualificou as vozes das meninas por meio do direito à educação.

A coordenadora da Escola Nacional de Formação de Meninas da Conaq, Givânia Maria da Silva, enfatizou a grande disparidade entre os anos finais do ensino fundamental e o ensino médio para as estudantes quilombolas. Ela ressaltou a importância de dar voz e repensar caminhos a partir da realidade vivida por essas meninas.

A secretária do Ministério da Educação, Zara Figueiredo, concordou que as políticas públicas direcionadas aos quilombolas precisam ir além dos dados do Censo Escolar. Ela destacou a falta de recursos, o despreparo dos professores e a inadequação do material didático nas escolas quilombolas.

O representante do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Jan Jarab, salientou a importância de políticas públicas focadas nos quilombolas e ressaltou a necessidade de fortalecer a cultura e os laços socioambientais dessas comunidades por meio da educação.

O secretário nacional de Política para Quilombolas, Ronaldo dos Santos, destacou a natureza específica da educação quilombola e a importância de reconhecer o território e as relações pedagógicas presentes nesse contexto.

A estudante Gabrielem Lohanny da Conceição Mento, da Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas da Conaq, apresentou demandas do segmento, apontando os desafios enfrentados diariamente.

Ao longo da audiência, diferentes representantes e estudantes trouxeram à tona a importância da educação para as comunidades quilombolas, evidenciando a resistência, diversidade e necessidade de políticas que garantam um ensino adequado e respeitoso. O debate ressaltou a urgência de medidas concretas para fortalecer a identidade desses grupos historicamente marginalizados.

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