
Como jornalista, é preocupante observar que parte dos candidatos políticos demonstra um desconhecimento alarmante sobre a questão das mudanças climáticas. Muitos evitam abordar medidas necessárias, por temerem que sejam impopulares, como a realocação de famílias de áreas de risco e a necessidade de frear o comportamento predatório de setores como agricultura, extrativismo vegetal, indústria petrolífera e setor imobiliário. Esses setores parecem ignorar o fato de que o clima está em constante mudança, agindo como se ainda houvesse tempo para ajustes.
Além disso, há candidatos que negam veementemente a existência das mudanças climáticas, argumento semelhante àqueles que acreditam que a Terra é plana, como se vê em teorias de conspiração.
A implementação de medidas preventivas, como realocação da população, melhorias em comunidades vulneráveis e fortalecimento das políticas habitacionais, deveria ser uma preocupação dos governos em todos os níveis. A atualização dos levantamentos de áreas de risco e a criação de protocolos de evacuação são ações fundamentais para lidar com os impactos das mudanças climáticas, algo que os governantes têm ignorado em seus planejamentos.
É necessário destacar a importância de investir em infraestrutura resiliente, como barragens, pontes e rodovias, para enfrentar os eventos climáticos extremos que estão se tornando mais frequentes. A falta de preparo para lidar com essas situações coloca em risco a vida de milhares de brasileiros, especialmente os mais vulneráveis que habitam áreas de risco.
Os eventos climáticos extremos resultarão em tragédias cada vez mais frequentes se não houver uma ação efetiva para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, combater o desmatamento e investir em adaptação climática. O Brasil precisa se preparar para enfrentar o pior, pois a mudança climática é uma realidade que não pode ser ignorada.