
Enviado do Planalto à frigideira venezuelana, Celso Amorim embarca nesta sexta-feira para Caracas. Numa missão diplomática de alto risco, o ex-ministro das Relações Exteriores brasileiro se envolve em uma situação delicada. A viagem promete ser turbulenta, com desfecho incerto. Desde já, há uma atmosfera de tensão ao redor desse episódio.
Amigo fraternal de Lula, o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica alertou há oito anos sobre a imprevisibilidade de Nicolás Maduro. Em suas palavras, o líder venezuelano estaria “louco como uma cabra”, demonstrando preocupação com a estabilidade política do país vizinho.
Devolvido ao Planalto com o apoio de uma frente democrática, Lula enfrenta críticas por sua postura em relação a Maduro. Ao priorizar a relação com o líder venezuelano, o ex-presidente brasileiro se viu em meio a um cenário político desfavorável, permitindo que Maduro se fortalecesse e desse continuidade a seu governo.
No último ano, enquanto o TSE repreendia Bolsonaro por suas declarações autoritárias, Lula adotava um posicionamento ambíguo em relação à Venezuela. Em um momento de instabilidade na região, o ex-presidente brasileiro minimizava os problemas do governo de Maduro, que apresentava sérias violações aos direitos humanos e à democracia.
Diante da crise na Venezuela, Celso Amorim se torna peça-chave nas negociações e na diplomacia internacional. Sua visita a Caracas é aguardada com expectativa e apreensão, em meio a um cenário de incertezas e tensões crescentes na América Latina.