Relatório de Transparência Salarial: Empresas têm até dia 30 para preencher documento que revela desigualdades de gênero nos salários.
Após as empresas fornecerem as informações solicitadas, o MTE irá produzir um relatório consolidado que será disponibilizado até 16 de setembro. Aquelas que não divulgarem os resultados da consulta poderão ser multadas em até 3% da folha salarial, além das penalidades previstas em casos de discriminação salarial.
No último relatório, mais de 49,58 mil estabelecimentos responderam, evidenciando que as mulheres ganham, em média, 19,4% a menos que os homens que desempenham funções semelhantes. A pesquisa também revelou que apenas 32,6% das empresas possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres.
A desigualdade salarial se acentua quando analisamos grupos específicos de mulheres, como as negras, as com deficiência, as LBTQIAP+, as chefes de família e vítimas de violência. A remuneração média no Brasil é de R$ 4.472, sendo que homens não negros recebem, em média, R$ 5.718, e mulheres não negras, R$ 4.452. Homens negros ganham, em média, R$ 3.844, enquanto mulheres negras recebem R$ 3.041.
A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, Paula Montagner, prevê que a desigualdade salarial de gênero se mantenha no próximo levantamento. Ela destaca a necessidade de mudança na cultura que perpetua a ideia de que as mulheres ganham menos e são as primeiras a serem demitidas.
Diante desses dados, é urgente que as empresas implementem políticas para promover a igualdade salarial e a equidade de gênero no ambiente de trabalho. A transparência nos salários é essencial para identificar e combater as disparidades existentes, criando um ambiente mais justo e igualitário para todos os colaboradores.
