O impasse nas negociações entre Israel e Hamas: A responsabilidade de Netanyahu

No atual cenário de fracasso nas negociações entre Israel e Hamas, cabe destacar que a responsabilidade do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não é apenas uma acusação feita pelo Hamas. Uma nova pesquisa realizada pelo Canal 12 revela que 56% dos israelenses acreditam que Netanyahu toma decisões baseadas em seus próprios interesses políticos, negligenciando um possível acordo. Essa falta de comprometimento refletiu diretamente no apelo feito pelo líder da oposição israelense, Yair Lapid, que instou Netanyahu a não perder a oportunidade de trazer progresso às negociações.

Além disso, as autoridades de segurança de Israel divulgaram um parecer técnico indicando que a retirada temporária dos soldados do Corredor Filadélfia, conforme planejado para a primeira fase do acordo, não traria grandes problemas de segurança. Isso demonstra que o Hamas não teria capacidade significativa para reestruturação militar durante esse período. Essa informação confirma a possibilidade de flexibilidade israelense em relação à presença de tropas no Corredor Filadélfia, incluindo o uso de alternativas tecnológicas.

As negociações em curso no Cairo contam com a presença de importantes figuras como David Barnea, chefe do Mossad, e Ronen Bar, do Shin Bet. A incerteza no momento gira em torno da capacidade dos mediadores em convencer os principais atores envolvidos – Israel e Hamas – a chegarem a um acordo satisfatório.

Netanyahu enfrenta desafios internos para fechar acordo

Contrariando expectativas, há uma maioria interna no governo israelense e no Gabinete de Segurança que apoia a busca por um acordo com o Hamas. No entanto, dois ministros, Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, ameaçam deixar o governo caso um acordo de cessar-fogo seja firmado. Essa situação poderia levar à desestabilização da coalizão e à convocação de novas eleições em Israel.