Os desafios enfrentados pelos “tech bros” do Vale do Silício

No mundo da tecnologia, os investidores do Vale do Silício estão passando por algumas semanas difíceis. A preocupação com a capacidade da inteligência artificial (IA) de gerar os lucros prometidos está crescendo, o que levou a uma queda de 15% nos preços das ações das empresas ocidentais que impulsionam a revolução da IA desde o último mês. Observadores apontam que os grandes modelos de linguagem, que alimentam serviços como o ChatGPT, podem ter limitações que estão sendo questionadas.

Empresas de tecnologia investiram bilhões em modelos de IA, com promessas de investimentos ainda maiores no futuro. No entanto, dados recentes do Census Bureau mostram que apenas 4,8% das empresas americanas estão utilizando a IA para a produção de bens e serviços, uma queda em relação ao pico de 5,4% no início do ano. A mesma proporção planeja adotar a tecnologia no próximo ano, mas esses números estão longe das expectativas iniciais.

O termo “ciclo do hype”, popularizado pela empresa de pesquisa Gartner, é conhecido no setor de tecnologia. Esse ciclo descreve a trajetória comum seguida por novas tecnologias, passando por fases de euforia, desilusão e, eventualmente, adoção generalizada. Um exemplo clássico desse ciclo são as ferrovias no século 19, que tiveram um boom inicial seguido de um crash, mas resultaram na construção de uma extensa rede ferroviária que transformou a economia.

A inteligência artificial pode seguir um caminho semelhante. Apesar das dúvidas atuais sobre sua capacidade de entrega, alguns especialistas acreditam que a IA ainda pode revolucionar o mundo. No entanto, o desafio atual para as grandes empresas de tecnologia é demonstrar de forma concreta os benefícios que essa tecnologia pode trazer para a economia real.

O Futuro Incerto da IA

Apesar dos altos e baixos, a IA tem o potencial de transformar diversos setores. O ciclo do hype pode ser um guia útil para entender a evolução das tecnologias, mas nem sempre é uma regra absoluta. No passado, vimos tecnologias como a computação em nuvem e redes sociais que não seguiram exatamente esse ciclo, enquanto outras, como Web3 e nanotubos de carbono, caíram no esquecimento.

Portanto, é difícil prever o futuro da IA com base apenas em padrões anteriores. A história da tecnologia nos mostra que o sucesso de uma inovação depende de diversos fatores, e a IA não é exceção a essa regra. As empresas de tecnologia enfrentam o desafio de provar a relevância e eficácia da IA no mundo real, e só o tempo dirá se essa tecnologia conseguirá superar as expectativas e se tornar uma força dominante em nossa sociedade.

Em resumo, o futuro da IA é incerto, mas as lições do passado nos mostram que a tecnologia tem o poder de surpreender, seja seguindo o ciclo do hype ou criando seu próprio caminho para o sucesso.

Este artigo foi baseado em informações do The Economist e traduzido por Helena Schuster. Para acessar o artigo original em inglês, visite o site www.economist.com.