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As companhias aéreas do Brasil estão enfrentando sérios problemas financeiros, mesmo após renegociarem dívidas e buscarem proteção judicial para recuperação. A Gol e a Azul divulgaram prejuízos acumulados de R$ 57,6 bilhões no primeiro semestre, deixando um rombo financeiro preocupante.
A Gol, em recuperação judicial, registrou perdas de R$ 27,1 bilhões no semestre, enquanto a Azul apresentou um prejuízo de R$ 30,5 bilhões. O patrimônio líquido negativo das empresas chega a quase R$ 50 bilhões, o que significa que seus ativos não são suficientes para cobrir todas as dívidas.
O setor aéreo tem solicitado apoio do governo há algum tempo, tendo passado toda a pandemia sem qualquer auxílio. Um projeto que previa um socorro de até R$ 6 bilhões foi mencionado em fevereiro, mas até agora apenas uma emenda parlamentar foi aprovada, permitindo que o Fundo Nacional de Aviação Civil seja usado como garantia para empréstimos às companhias.
O ministro responsável afirmou que as empresas poderiam acessar as linhas de crédito um mês após a aprovação do projeto de lei, porém a tramitação está parada desde julho, devido às questões eleitorais. Enquanto isso, o BNDES indicou a possibilidade de exigir contrapartidas, como a aquisição de aviões fabricados pela Embraer, como forma de garantir os empréstimos.
Os pedidos de apoio das companhias aéreas ao governo são antigos e remontam à pandemia. Enquanto países como Portugal agiram diretamente para ajudar suas empresas aéreas, o Brasil ainda não ofereceu suporte significativo, o que levou empresas como a Latam e a Gol a enfrentarem graves problemas financeiros.
Apesar dos desafios enfrentados, a Azul ressaltou que ainda obteve resultados operacionais fortes, enquanto a Gol preferiu não se manifestar sobre a situação. A situação das companhias aéreas no Brasil continua delicada, aguardando uma resposta do governo para evitar um colapso no setor.
Por Diego Felix