Na década de 1980, durante o governo do presidente João Figueiredo, Silvio Santos já era uma figura conhecida do público brasileiro. A Folha de São Paulo relatou que indivíduos ligados ao apresentador estiveram presentes em reuniões na esfera da Presidência da República. Essa proximidade com o poder central indicava uma possível incursão de Silvio na política nacional.
Uma investigação realizada pelo UOL em 2013 revelou que Silvio e outras personalidades da mídia foram alvos de monitoramento por parte dos militares na época da ditadura. Esse cenário turbulento da política brasileira contribuiu para que Silvio Santos avaliasse a possibilidade de se candidatar a cargos políticos.
“Toda candidatura precisa ter capilaridade na sociedade, seja por meio de partidos políticos, movimentos sociais ou corporações”, enfatiza a cientista política Tathiana Chicarino, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
– Tathiana Chicarino, cientista política e professora
A trajetória de Silvio Santos evidencia a complexidade de transformar visibilidade em capital político. De acordo com a cientista política, Tathiana Chicarino, é fundamental contar com estrutura partidária e apoio de outros políticos para viabilizar uma candidatura bem-sucedida.
O Quase Presidente Silvio Santos
Em 1989, a possibilidade de Silvio Santos concorrer à presidência do Brasil foi articulada por setores do extinto PFL. Com menos de um mês para as eleições, políticos da legenda tentaram nos bastidores colocar o apresentador como substituto de Armando Correia, candidato do Partido Municipalista Brasileiro (PMB). Anteriormente, o PFL também havia tentado emplacar Silvio como seu representante.
Não é incomum personalidades da mídia brasileira considerarem entrar para a política. Nomes como Luciano Huck, cogitado para a presidência em 2022, e José Luiz Datena, que deixou a TV para concorrer à prefeitura de São Paulo em 2024, mostram que a transição do entretenimento para o campo político é um movimento recorrente no país.