Impactos econômicos da pandemia da covid-19 ameaçam a implementação da Agenda 2030 da ONU, aponta pesquisa da Fiocruz.
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Os resultados apontaram que os países de baixa renda podem ter um retrocesso de 16% em todos os indicadores avaliados, enquanto os países de renda elevada enfrentariam um declínio estimado em 3%. A desigualdade nos resultados reflete a dificuldade dos países menos desenvolvidos em se recuperarem economicamente após a pandemia, em comparação com os países mais ricos.
A pesquisa utilizou um modelo econométrico que considerou indicadores como o Produto Interno Bruto per capita, o índice de Gini e os investimentos em saúde de cada país. As projeções econômicas realizadas antes da pandemia indicavam um cenário mais otimista do que o verificado após a crise da covid-19, com impactos significativos em áreas como doenças infecciosas, lesões, violência, saúde materna e reprodutiva, entre outros.
O estudo também relacionou o índice de Gini com 15 indicadores de desempenho, mostrando que a desigualdade tem um impacto direto na saúde da população. Os pesquisadores destacaram a importância da cooperação global para apoiar os sistemas de saúde nos países de baixa renda e garantir um progresso equitativo.
Publicado na revista Plos One, o artigo científico resultante da pesquisa traz reflexões sobre a política internacional de saúde pública e a necessidade de medidas para promover um futuro mais saudável para todos. A análise aponta para a urgência de ações conjuntas para mitigar os impactos da pandemia e garantir o avanço das metas de desenvolvimento sustentável estabelecidas pela ONU.