
Erro Médico: um problema em ascensão no Brasil
Por: Redação Jornalística
No ano de 2019, Jessica Casarini, prestes a completar 28 anos, foi vítima de um erro médico que resultou em sua morte. Tudo começou com uma forte dor de cabeça e diversas consultas em uma UPA de Piracicaba, onde recebeu diagnósticos equivocados de dengue, anemia e virose. Posteriormente, foi constatado que Jessica na verdade estava com febre maculosa, uma doença transmitida por carrapatos.
A mãe de Jessica, Eliete Casarini, não se conformou com a fatalidade e buscou a justiça. Após anos de batalha judicial, em dezembro de 2023, o município de Piracicaba foi condenado a pagar uma indenização de R$ 150 mil à família da vítima, por erro médico comprovado.
De acordo com dados do CNJ, o número de processos por erro médico no Brasil tem crescido significativamente nos últimos anos. Em 2020, foram registrados 27.951 casos, número que saltou para 43.929 no ano passado, representando um aumento de 57%, evidenciando a gravidade do problema.
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A terminologia “erro médico” foi substituída por “danos decorrentes da prestação de serviços de saúde”, a pedido do CBC. Segundo a advogada Joelma Bortoletto, no caso de Jessica Casarini, o erro médico foi evidente, dada a falta de um diagnóstico preciso e a exposição da vítima a áreas de risco para febre maculosa.
A febre maculosa, doença rara transmitida por carrapatos hospedados em capivaras, pode ser fatal se não diagnosticada e tratada precocemente. Julio Croda, infectologista da Fiocruz, ressalta a importância do correto diagnóstico e tratamento.
Apesar da mudança na nomenclatura, ainda é possível encontrar a expressão “erro médico” em processos em andamento no CNJ. Para o vice-corregedor do CFM, é fundamental apurar os fatos com rigor antes de atribuir responsabilidades aos profissionais de saúde.
O aumento dos processos por erro médico também levanta questões sobre a atuação do CFM e a necessidade de políticas mais eficazes de esclarecimento e fiscalização. A transparência e a abertura de canais de denúncia podem contribuir para a redução dos casos e a melhoria da qualidade da assistência médica no país.