Programa de US$ 400 milhões visa fortalecer discussões sobre meio ambiente no Sul Global
Um programa com investimentos de US$ 400 milhões (R$ 2,2 bilhões) propõe dar mais voz e ferramentas de financiamento nas discussões de meio ambiente ao chamado Sul Global, contemplando o Brasil e mais cinco países. A iniciativa é da Open Society Foundations, financiadora privada voltada para projetos de direitos humanos, justiça, democracia e equidade, fundada por George Soros. Com duração prevista de oito anos, os projetos selecionados devem começar a receber os recursos em 2024.
Em entrevista à Folha, a economista Laura Carvalho, diretora global de equidade na organização, ressaltou a importância de compreender a relação entre questões econômicas e a crise da democracia. Segundo Carvalho, as políticas econômicas que falham em beneficiar as pessoas podem contribuir para a ascensão da extrema direita no mundo.
Apesar de as discussões sobre economia verde estarem mais presentes na agenda global, ainda existe uma dependência do discurso dos países ricos. Esta situação se reflete na criação de mecanismos de protecionismo comercial baseados em métricas climáticas pelos países desenvolvidos, o que dificulta o desenvolvimento do Sul Global.
O programa visa apoiar agendas econômicas verdes e equitativas nos países em desenvolvimento, fortalecendo acordos comerciais e de cooperação econômica a nível regional e global. A ideia é promover um ambiente mais justo e equitativo nas relações comerciais internacionais, dando voz e oportunidades aos países em desenvolvimento.
O Brasil, juntamente com México, África do Sul, Senegal, Malásia e Indonésia, serão contemplados pelo programa. As iniciativas serão escolhidas a partir de um mapeamento que leve em consideração o contexto específico de cada país, incentivando a colaboração e troca de experiências entre eles.
Em meio a discusses sobre desenvolvimento sustentável e financiamento internacional, a COP29, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, terá como foco o tema do financiamento climático. O objetivo do evento é definir novos valores a serem destinados pelos países ricos às nações em desenvolvimento para enfrentar a crise climática.
