Ex-ministro da Justiça e ex-diretor-geral da PRF indiciados por tentar impedir deslocamento de eleitores no Nordeste durante eleições de 2022.
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O pedido de indiciamento foi confirmado pela reportagem da Agência Brasil e consta em um relatório parcial enviado pela PF à Procuradoria Geral da República (PGR), que irá analisar se os indícios de crime são consistentes para apresentar denúncia à Justiça. Além de Torres e Vasques, outros quatro policiais federais que trabalharam no Ministério da Justiça também foram indiciados por crimes relacionados à tentativa de violação dos direitos políticos de terceiros.
As operações policiais em questão se concentraram na Região Nordeste, onde Lula liderava as pesquisas de intenção de voto. O objetivo seria beneficiar o então presidente Jair Bolsonaro, impedindo que os potenciais eleitores de Lula chegassem aos locais de votação. Segundo os dados da investigação, o efetivo da PRF no segundo turno das eleições foi maior no Nordeste do que em outras regiões do país, com um maior número de ônibus parados pela fiscalização.
Além disso, foram encontradas fotos no celular de uma das indiciadas, Marília Alencar, ex-assessora de Anderson Torres, com o mapeamento de municípios em que o presidente Lula obteve grande apoio eleitoral. As prisões preventivas de Vasques e Torres foram revogadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com a imposição de medidas alternativas para permanência em liberdade.
A defesa de Silvinei Vasques afirmou que a conduta do cliente não se enquadra no tipo penal atribuído no inquérito e confia no arquivamento do caso pela PGR. Já a defesa de Anderson Torres e dos demais indiciados não se pronunciaram até o momento. A Agência Brasil continua buscando contato com as defesas dos envolvidos para obter mais informações sobre o caso.