
Presidente do BC reforça compromisso com meta de inflação
O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou em uma palestra nesta sexta-feira (16) que o compromisso de levar a inflação de volta à meta será mantido independentemente de quem assumir o comando da autarquia ao término de seu mandato, no final do ano.
A coesão e a unidade do Copom (Comitê de Política Monetária) têm sido reforçadas desde a publicação da ata da última reunião do colegiado, que apontou chances de uma nova alta na taxa básica de juros do país, a Selic.
“Todos os diretores estão adotando um discurso em linha com o que dissemos na ata: não estamos dando uma orientação sobre as próximas decisões de juros, mas faremos o que for preciso para trazer a inflação de volta à meta e, se necessário, aumentar a taxa novamente”, afirmou Campos Neto.
O presidente destacou a importância da credibilidade do BC e a necessidade de manter a coerência de ideias para que a mensagem seja compreendida pelo mercado. Ele enfatizou que o objetivo é atingir a meta definida pelo governo e que a decisão está em busca desse propósito.
Na última reunião do Copom, a taxa de juros foi mantida em 10,50% ao ano pela segunda vez, em uma decisão unânime. A Selic é o principal instrumento do BC para levar a inflação à meta de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Campos Neto também abordou a possibilidade de uma nova alta na Selic diante da desancoragem de expectativas para a alta de preços, algo que tem preocupado o Copom. Ele ressaltou a importância de agir com cautela diante dos desafios econômicos do país.
O presidente do BC ainda comentou sobre a especulação em torno do próximo comandante da autarquia, indicando que a direção está definida independentemente da troca no comando. A expectativa é de que a política monetária seja mantida para atingir a meta de inflação.
Apesar das críticas recebidas, Campos Neto reafirmou o compromisso de seguir em busca da estabilidade financeira e de inovação, destacando a importância do trabalho realizado pelo Copom nos últimos anos. Ele ressaltou que o Brasil está entre os poucos países a considerar o reinício do ciclo de aperto monetário.
O presidente do BC destacou que o controle da inflação é uma das prioridades da autarquia, enquanto as incertezas em torno da cena fiscal ainda não estão sob o controle do Banco Central. Ele reiterou a necessidade de agir com cautela e responsabilidade para garantir a estabilidade econômica do país.