Ave Sangria: 50 anos de história e renascimento
Há meio século, a banda pernambucana Ave Sangria lançava seu primeiro álbum homônimo, marcado por uma abordagem artesanal e influências dos Beatles e do Maio de 1968. O disco, enraizado na cultura nordestina, representou a intensa primeira fase do grupo, que infelizmente acabou interrompida devido a problemas com a ditadura militar.
O vocalista Marco Polo Guimarães acredita que o álbum foi um tanto contido em relação ao que a banda era nos anos 1970. Segundo ele, faltou a selvageria presente nas performances ao vivo. No entanto, o Ave Sangria passa por um ressurgimento nos dias atuais.
Em 2019, o grupo lançou seu segundo álbum, “Vendavais”, e já planeja um terceiro. A redescoberta do disco de 1974 por jovens interessados na psicodelia brasileira trouxe nova vida à banda, que retornou aos palcos e festivais com vigor renovado.
O renascimento do Ave Sangria
A trajetória do Ave Sangria é pautada por momentos de desafio e resiliência. O hit “Seu Waldir”, presente no álbum de estreia, causou polêmica e levou à censura do disco. A banda acabou se desfazendo, mas hoje, com novos membros e uma visão revitalizada, retoma sua jornada musical.
Além de relembrar clássicos do passado, o Ave Sangria está em processo de criação de um terceiro álbum, que promete mesclar músicas da primeira formação com composições contemporâneas. O grupo mantém sua essência roqueira suja e psicodélica, enriquecida por influências regionais e uma poesia crítica e surrealista.
O legado e a influência
O Ave Sangria não apenas marcou a história do rock brasileiro, mas também influenciou gerações posteriores de artistas em busca de liberdade e expressão criativa. A banda representou a contracultura em uma época de repressão, reafirmando a importância da arte como meio de resistência e transformação.
Com um legado musical marcado por experimentação e ousadia, o Ave Sangria continua a cativar seus fãs e conquistar novos ouvintes, mantendo-se relevante e inspirador mesmo após cinco décadas de existência.
