
Escândalo envolvendo tratamento de gêmeos com medicamento milionário gera polêmica em Portugal
Em 2019-2020, um caso de grande repercussão tomou os noticiários de Portugal. Gêmeos nascidos no Brasil, com apenas 15 meses de idade na época, foram tratados com Zolgensma, um dos medicamentos mais caros do mundo, no hospital Santa Maria, em Lisboa. O tratamento custou ao Estado cerca de quatro milhões de euros (4,35 milhões de dólares).
O Zolgensma é utilizado para tratar a atrofia muscular espinhal, uma doença hereditária rara e grave que acomete bebês e crianças com menos de dois anos de idade.
Em uma entrevista, a mãe dos gêmeos revelou que teve que utilizar seus “contatos” para acelerar o processo de obtenção do medicamento, mencionando que um deles era a nora do presidente. A situação levantou questionamentos sobre possíveis favorecimentos.
O presidente Rebelo de Sousa admitiu ter sido contatado por seu filho sobre a urgência no tratamento das crianças, mas negou qualquer participação direta no caso.
A controvérsia em torno do tratamento dos gêmeos ganhou destaque devido às altas despesas públicas envolvidas e às preocupações sobre outros pacientes que também poderiam se beneficiar do mesmo tratamento, mas que ficaram sem acesso.
O partido Chega, conhecido por suas posições populistas e anti-imigração, criticou o presidente conservador e o Ministério da Saúde em relação ao escândalo, chegando a criar um comitê parlamentar para investigar o caso.
Este escândalo trouxe à tona discussões sobre ética, transparência e igualdade no sistema de saúde em Portugal, levantando questões sobre possíveis práticas irregulares e privilégios indevidos. A sociedade aguarda por respostas e medidas concretas para garantir a equidade no acesso a tratamentos médicos essenciais.