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Trabalhadora doméstica é resgatada após 40 anos em condições análogas à escravidão em São Paulo

Na última terça-feira, uma chocante operação resultou no resgate de uma trabalhadora doméstica de 51 anos de idade, que passou os últimos 40 anos em condições que remetem à escravidão. O caso, que chocou a cidade de Santa Rosa do Viterbo, no interior de São Paulo, foi conduzido em conjunto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

De acordo com informações divulgadas pelo MPT, a vítima foi adotada por um casal de empregadores quando ainda era criança, vinda de um orfanato local. Desde então, a trabalhadora foi submetida a jornadas exaustivas de trabalho doméstico e cuidados com o empregador idoso, sem ter direito a descanso ou férias. Mesmo em datas festivas e feriados, ela era obrigada a trabalhar, recebendo apenas uma quantia mensal de R$ 500, muito abaixo do salário mínimo brasileiro.

Um aspecto ainda mais alarmante é o fato de que a trabalhadora não tinha sequer um quarto próprio na residência dos empregadores, dormindo em um colchão inflável no chão ao lado da cama do casal. A situação, segundo a procuradora Regina Duarte da Silva, configura claramente exploração de mão de obra e violação de direitos humanos.

Durante a operação de resgate, os auditores-fiscais do Trabalho emitiram um auto de infração e garantiram à vítima o direito ao seguro-desemprego. Além disso, será realizado um levantamento das verbas salariais e rescisórias devidas, bem como o cálculo de uma indenização por danos morais.

Diante de um caso tão grave de abuso e exploração, as autoridades envolvidas na operação reforçam a importância da proteção e garantia dos direitos trabalhistas, além da conscientização para evitar situações semelhantes no futuro. A luta contra o trabalho escravo e a exploração de mão de obra deve ser constante e incansável, visando sempre o respeito à dignidade e aos direitos fundamentais de todos os trabalhadores.

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