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O Gabinete de Alexandre de Moraes e a Produção de Relatórios pela Justiça Eleitoral
No centro de uma polêmica, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal foi alvo de críticas após ordenar, de forma não oficial, a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral. Essa ação tinha como objetivo embasar decisões contra bolsonaristas no inquérito das fake news, tanto durante quanto após as eleições de 2022.
Diálogos revelados pelo jornal Folha de S.Paulo expõem como o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por Moraes à época, funcionou como um braço investigativo do gabinete do ministro no Supremo. As mensagens indicam um fluxo que fugia do rito estabelecido entre os dois tribunais.
A Folha de S.Paulo teve acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes e outros membros de sua equipe no TSE e no Supremo. O material foi obtido por meio de fontes que tiveram acesso legítimo a dados de um telefone que continha as mensagens, sem recorrer a interceptações ilegais ou acessos hacker.
Em resposta, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes afirmou que o TSE tem competência para elaborar relatórios sobre atividades ilícitas e que esses documentos apenas descreviam postagens em redes sociais relacionadas às investigações. Segundo a nota oficial, todos os procedimentos foram oficiais, regulares e devidamente documentados nos inquéritos em questão.
O episódio foi discutido no podcast Café da Manhã, que entrevistou Fabio Serapião, repórter da Folha de S.Paulo em Brasília, responsável pelas reportagens sobre o tema em parceria com o colunista Glenn Greenwald.
O Café da Manhã, disponível no Spotify, plataforma de streaming de áudio e vídeo, é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Laura Lewer, Lucas Monteiro e Paola Ferreira Rosa e edição de som por Thomé Granemann.