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Alexandre de Moraes orientou escolha de alvos e ajustes em relatórios de combate à desinformação, indicam mensagens entre gabinete no STF e órgão do TSE



Artigo: Conversas comprometedoras revelam manipulação em investigações

Conversas comprometedoras revelam manipulação em investigações

No mais recente escândalo envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conversas vazadas indicam que a escolha dos alvos de investigação era feita de forma direcionada, com o ministro Alexandre de Moraes influenciando nas decisões. Os diálogos revelam que os relatórios eram ajustados conforme o interesse do gabinete do STF e até mesmo feitos sob medida para embasar ações como multas e bloqueios de contas em redes sociais.

As mensagens trocadas entre Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes no STF, Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar de Moraes no TSE, e Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, levantam questionamentos sobre a imparcialidade das investigações. Os documentos mostram que os alvos eram sugestões do ministro e que os relatórios eram manipulados para se adequarem aos interesses do STF.

Em uma das conversas, datada de 6 de dezembro de 2022, Airton Vieira solicitou a identificação de “revistas golpistas” para desmonetização nas redes sociais. O diálogo indica uma clara ação direcionada contra publicações conservadoras, como a revista Oeste. Outro alvo das conversas foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro, com pedidos para relacioná-lo a um argentino envolvido em disseminação de desinformação.

Além disso, as mensagens revelam ações para bloquear sites e contas nas redes sociais, com ordens explicitamente vindas do ministro Alexandre de Moraes. Os diálogos indicam uma interferência direta na produção de relatórios, com ajustes solicitados e mesmo a necessidade de modificar conteúdos para se adequarem aos interesses do STF.

Esse escândalo levanta sérias questões sobre a lisura dos processos de investigação e traz à tona a necessidade de uma apuração transparente e imparcial dos fatos. A sociedade civil aguarda esclarecimentos sobre as ações do gabinete de Alexandre de Moraes e a possível interferência indevida nas investigações conduzidas pelo TSE. A transparência e a imparcialidade são fundamentais para a credibilidade das instituições e para a garantia do Estado de Direito.

Espera-se que as autoridades competentes investiguem a fundo essas denúncias e tomem as medidas cabíveis para assegurar a integridade e a imparcialidade do sistema de justiça no país.

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