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Ipea eleva projeção de inflação para 2024, destacando impactos de desvalorização cambial e alta nos preços dos alimentos e combustíveis

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou recentemente suas projeções atualizadas para a inflação brasileira em 2024, elevando as estimativas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4% para 4,4%, e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 3,8% para 4,2%. Esses números refletem um cenário menos favorável de inflação no país, de acordo com a análise da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.

Os motivos apontados para essa situação incluem um desempenho mais forte do nível de atividade econômica, impactos do mercado de trabalho aquecido, aceleração dos preços dos serviços livres e dos efeitos da desvalorização cambial sobre os bens comercializáveis. Além disso, novos focos de pressão sobre os preços dos alimentos, da energia e dos combustíveis também contribuem para a expectativa de uma desinflação mais lenta do que o previsto anteriormente.

A inflação brasileira em agosto já apresentou uma alta de 4,2% em 12 meses, sendo impulsionada principalmente pelos reajustes de 5,2% nos serviços livres e de 5,6% nos preços administrados. Dentre estes, os reajustes da gasolina, planos de saúde e medicamentos foram os principais responsáveis pela pressão inflacionária.

Ainda conforme a análise do Ipea, as altas nos alimentos e nos bens industriais refletem a aceleração dos preços no atacado, influenciados principalmente pelos custos de matérias-primas e pela desvalorização cambial. A demanda aquecida e os aumentos nos custos de mão de obra também contribuem para a pressão inflacionária nos serviços livres.

Para 2024, as projeções indicam que a inflação dos preços administrados também subiu de 4% para 4,7%, devido ao aumento dos combustíveis e da energia elétrica, influenciados por fatores como o preço do petróleo e a estiagem nos reservatórios.

No curto prazo, diversos fatores, como conflitos internacionais, desvalorizações cambiais e efeitos da seca sobre a produção de alimentos e energia, podem representar riscos para a inflação. No entanto, as previsões para 2025 apontam para um possível processo de descompressão inflacionária, com uma apreciação cambial resultante do diferencial de juros e melhores condições climáticas.

Diante desse cenário desafiador, o Ipea ressalta a importância de monitorar os indicadores econômicos e as variáveis que influenciam a inflação, a fim de adotar as medidas necessárias para garantir a estabilidade econômica no país.

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