Ipea eleva projeção de inflação para 2024, destacando impactos de desvalorização cambial e alta nos preços dos alimentos e combustíveis

Os motivos apontados para essa situação incluem um desempenho mais forte do nível de atividade econômica, impactos do mercado de trabalho aquecido, aceleração dos preços dos serviços livres e dos efeitos da desvalorização cambial sobre os bens comercializáveis. Além disso, novos focos de pressão sobre os preços dos alimentos, da energia e dos combustíveis também contribuem para a expectativa de uma desinflação mais lenta do que o previsto anteriormente.
A inflação brasileira em agosto já apresentou uma alta de 4,2% em 12 meses, sendo impulsionada principalmente pelos reajustes de 5,2% nos serviços livres e de 5,6% nos preços administrados. Dentre estes, os reajustes da gasolina, planos de saúde e medicamentos foram os principais responsáveis pela pressão inflacionária.
Ainda conforme a análise do Ipea, as altas nos alimentos e nos bens industriais refletem a aceleração dos preços no atacado, influenciados principalmente pelos custos de matérias-primas e pela desvalorização cambial. A demanda aquecida e os aumentos nos custos de mão de obra também contribuem para a pressão inflacionária nos serviços livres.
Para 2024, as projeções indicam que a inflação dos preços administrados também subiu de 4% para 4,7%, devido ao aumento dos combustíveis e da energia elétrica, influenciados por fatores como o preço do petróleo e a estiagem nos reservatórios.
No curto prazo, diversos fatores, como conflitos internacionais, desvalorizações cambiais e efeitos da seca sobre a produção de alimentos e energia, podem representar riscos para a inflação. No entanto, as previsões para 2025 apontam para um possível processo de descompressão inflacionária, com uma apreciação cambial resultante do diferencial de juros e melhores condições climáticas.
Diante desse cenário desafiador, o Ipea ressalta a importância de monitorar os indicadores econômicos e as variáveis que influenciam a inflação, a fim de adotar as medidas necessárias para garantir a estabilidade econômica no país.