No dia 13 de outubro, um importante passo foi dado na luta contra a criminalidade organizada internacional. Órgãos da Justiça do Brasil e da Itália se uniram na Operação Arancia para desmantelar um grupo mafioso italiano que atuava no Brasil, cometendo crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A ação conjunta envolveu o MPF (Ministério Público Federal) e a Procuradoria de Palermo, em colaboração com a PF (Polícia Federal) e a polícia italiana. A Operação Arancia foi resultado do trabalho da ECI (Equipe Conjunta de Investigação), estabelecida de acordo com a Convenção de Palermo, principal tratado internacional de combate ao crime organizado.

Entre os desdobramentos da operação, um suspeito foi preso preventivamente em Natal (RN) e cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três estados brasileiros. Paralelamente, 21 buscas foram coordenadas na Itália e na Suíça, com mais de cem agentes financeiros italianos mobilizados, alguns deles auxiliando as ações no Brasil.

De acordo com informações do MPF, as investigações indicam que a Máfia italiana utilizou esquemas envolvendo empresas fantasmas e laranjas para movimentar e ocultar fundos ilícitos, com um investimento estimado em pelo menos R$ 300 milhões no Brasil. As autoridades italianas acreditam que o valor total dos ativos investidos pode ultrapassar os 500 milhões de euros.

A Procuradora de Palermo, Federica La Chioma, destacou a importância da colaboração internacional para combater a criminalidade transnacional. A Secretária de Cooperação Internacional do MPF, Anamara Osório, ressaltou o intenso trabalho realizado em conjunto com as autoridades italianas, demonstrando a eficácia da Equipe Conjunta de Investigação na luta contra crimes complexos e transnacionais.