
O ministro Alexandre de Moraes encontra-se em uma situação delicada. Recentemente, mensagens divulgadas pela imprensa mostram que seu juiz instrutor solicitava relatórios ao departamento de inteligência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e que tais relatórios eram utilizados nas decisões do ministro para julgar e condenar políticos bolsonaristas.
Com passado como delegado de polícia, Moraes utilizava sua habilidade investigativa para posicionar seus auxiliares tanto no TSE quanto no Supremo Tribunal Federal na perseguição aos criminosos que ameaçavam a democracia. Contudo, atualmente ele não exerce mais a função de delegado ou ministro da Justiça, mas sim a de juiz do STF.
É como se Moraes estivesse agindo como Moro, porém com a diferença crucial de que ele ocupava todos os papéis, sem a presença de um terceiro. Além disso, Moro foi considerado imparcial pelo Supremo Tribunal Federal, enquanto Moraes é a última instância, sujeito apenas à pressão da sociedade, de seus pares e, eventualmente, do Senado.
Diante do cenário político polarizado do Brasil, é provável que não haja coerência nos posicionamentos nos próximos dias. Enquanto os defensores da Lava Jato talvez se vejam obrigados a apoiar Moraes em nome da defesa da democracia, os garantistas podem condená-lo por supostas irregularidades em sua conduta. Este é um reflexo da divisão e irracionalidade que permeiam o atual contexto nacional, onde a polarização parece impedir a busca pela coesão e pelo entendimento mútuo.